A Minerva (BEEF3) informou nesta terça-feira que a autoridade concorrencial uruguaia Coprodec não autorizou a compra de três estabelecimentos industriais da Marfrig (MRFG3) no Uruguai, cujo preço de venda totaliza 675 milhões de reais.
A Coprodec disse em um comunicado (veja abaixo) que a operação, apesar do que argumentou a Minerva, tem a capacidade de influenciar os preços da carne bovina no país.
A agência compara o negócio das duas empresas com a compra da National Beef pela JBS (JBSS3) nos EUA, em 2008, quando o regulador também interrompeu o negócio.
“A nova empresa teria capacidade e incentivos para afetar o preço pago aos produtores, por meio da transferência das eventuais eficiências alcançadas pela concentração, num cenário de menor pressão competitiva”, informa o documento.
Remédios
Além disso, a Coprodec avaliou que os “remédios” oferecidos pela Minerva para limitar os efeitos da concentração não são suficientes.
A autoridade dá a entender que os desinvestimentos propostos pela Minerva, como a venda de alguns ativos, precisa ser feita para “terceiros” com capacidade de impedir os efeitos anticompetitivos da operação.
Em outro assunto, a Coprodec dá uma resposta dura às argumentações das empresas de que a autoridade não teria se baseado em “fundamentos de direito equivocados” e “diretrizes inválidas”.
Segundo comunicado da Minerva ao mercado, a empresa está avaliando os termos da decisão da Coprodec, que não é definitiva e segue sujeita a recurso, “o que deve ser consumado nos próximos dias”, afirmou.
A companhia reforçou que a decisão se restringe à operação no Uruguai e não afeta as aquisições de estabelecimentos comerciais e industriais da Marfrig no Brasil, Argentina e Chile — embora o fechamento destas operações ainda esteja sujeito a determinadas condições precedentes, como a aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Comunicado da Minerva
Decisão do Uruguai
(Com Reuters)