A Natura (NTCO3) espera conseguir atingir lucro líquido nos próximos trimestres depois de um primeiro trimestre em que o resultado negativo da companhia cresceu 43% sobre o mesmo período de 2023, afirmaram executivos nesta terça-feira.
“Estamos trabalhando para que este número de lucro (prejuízo) líquido fique menos poluído e acreditamos que nos próximos trimestres esse número tem tudo para ficar positivo”, disse o presidente-executivo da Natura&Co, Fábio Barbosa, em conferência com analistas.
O presidente da Natura se referiu aos efeitos citados como não recorrentes pelo diretor financeiro Guilherme Castellan, incluindo eventos como os relacionados à venda da rede de lojas The Body Shop e tributários.
Castellan, porém, indicou que os custos “transformacionais” da companhia, que há vários meses tem focado em simplificação de operações e revisão de seus produtos e posicionamento de mercado, devem continuar elevados neste ano, “mas deve reduzir bem em 2025 e serão muito pequenos em 2026”.
Às 11h, as ações da Natura&Co lideravam as baixas do Ibovespa, mostrando recuo de 5%, enquanto o índice mostrava alta de 0,3%.
Questionado sobre as operações da Avon International, Castellan afirmou que o “nome do jogo” para a unidade é priorização dos investimentos em mercados mais rentáveis e citou que é possível que ocorra novas contrações de receita no curto prazo, “mas com foco em melhorar o crescimento da margem no futuro”.
No primeiro trimestre, o faturamento líquido da Avon International caiu 4,7% em moeda constante e a margem Ebitda encolheu de 6,1% para 5,3%.
Barbosa comentou que os planos para uma eventual separação da Avon International do grupo seguem em estudo e que o foco da empresa na avaliação é permitir uma “estratégia em que as duas unidades sejam viáveis”, mas não precisou quando as análises serão concluídas.
Segundo ele, a reestruturação dos negócios do grupo que já dura dois anos “está mais atrasada” na Avon International, mas a estratégia é a mesma de melhoria de preços e revisão de produtos, algo que incluirá para o final do ano itens de perfumaria. Atualmente, o foco da marca tem sido maquiagem e outros produtos para o rosto.
“Há dois anos estamos trabalhando em melhora de rentabilidade e conversão de caixa…As vendas sofreram em função disso…Agora que temos a rentabilidade, a questão é rebalancear para que voltemos a crescer”, disse Barbosa.
Sobre o Rio Grande do Sul, o diretor para a América Latina, João Gonçalves Ferreira, afirmou que o Estado representa entre 2,5% e 3% das receitas do grupo na América Latina e que na Argentina a companhia está vendo um cenário de “consumo progressivo” embora a situação macroeconômica do país represente “desafios”.