O Goldman Sachs está muito mais pessimista do que o mercado sobre a Ambev (ABEV3) e suas ações.
Em um relatório enviado a clientes nesta quarta-feira (6), o analista Thiago Bortoluci cortou o preço-alvo para os papeis de R$ 12,70 para R$ 12,15 e reiterou a sua recomendação de venda.
O valor corresponde a um potencial negativo de 4%.
A estimativa do banco implica em um múltiplo de preço sobre o lucro (P/L) esperado para 12 meses em 16 vezes, o que está 13% abaixo do consenso da Bloomberg.
“Após incorporar os resultados amplamente fracos do quarto trimestre de 2023, um guidance decepcionante para 2024 e o feedback de nossa call com a administração, vemos a recente queda das ações como merecida”, opina Bortoluci.
As ações caíram 4% desde a divulgação do balanço.
Desempenho das ações da Ambev em 12 meses
Dados desta quarta-feira (6) apontam que a produção de cerveja no Brasil cresceu 9,4% em janeiro na comparação com o ano anterior, com apoio do clima favorável e do Carnaval. Isso, contudo, não anima o Goldman.
“A boa impressão de produção de mercado divulgado hoje pode fornecer algum suporte de curto prazo para as ações, mas achamos que uma forte temporada de Carnaval pode não ser suficiente para compensar um CPV (custo dos produtos vendidos) materialmente mais alto, operações internacionais suaves e aumento da concorrência no Brasil”, aponta o analista.
Preços em queda
Bortoluci também revela que a Ambev se mostrou agressiva nas promoções durante o mês de fevereiro, o que mostra os efeitos da concorrência com a Heineken e o Grupo Petrópolis.
Preços médios de cerveja por produtor no Brasil (R$ por 100ml, para long neck)