A canadense Nutrien, maior produtora global de potássio, decidiu paralisar por tempo indeterminado três de suas cinco misturadoras de fertilizantes no Brasil, onde a companhia tenta lidar com condições de mercado difíceis.
A empresa informou “que tomou a decisão de realizar uma revisão estratégica e acessar opções, incluindo a paralisação por tempo indeterminado, para os três misturadores de fertilizantes localizados nas cidades de Alfenas (MG), Morrinhos (GO) e Cristalina (GO)”, segundo comunicado enviado à Reuters.
A decisão prioriza “eficiência operacional, rentabilidade e o fato de termos parceiros e operações ativas nos Estados de São Paulo, Goiás e Minas Gerais”, acrescentou a Nutrien.
“Esta decisão permite à Nutrien reativar (as plantas) no futuro, quando houver um cenário de mercado mais estável”, afirmou em comunicado da empresa à Reuters, confirmando uma informação que havia sido divulgada apenas internamente.
A companhia seguirá com duas unidades localizadas no Estado de Goiás e uma outra nova misturadora em Minas Gerais, que ainda não iniciou sua operação.
O movimento da empresa no Brasil segue uma decisão de colocar à venda ativos na Argentina, Chile e Uruguai, parte de uma reviravolta regional relatada pela primeira vez pela Reuters.
Os problemas da Nutrien na América do Sul surgem num momento em que as empresas de fertilizantes lutam com a volatilidade do mercado desde que a invasão da Ucrânia pela Rússia fez com que os preços disparassem em 2022, para entrar em colapso no ano seguinte, à medida que a oferta global se estabilizava.
Desde abril de 2023, vários executivos seniores da Nutrien foram demitidos ou deixaram a empresa no Brasil. O êxodo continuou este ano, segundo três fontes com conhecimento direto.
A Nutrien não fez comentários imediatos as saídas dos executivos.
Uma das fontes, que pediu anonimato para discutir informações confidenciais, disse que a empresa também decidiu fechar uma antiga instalação de mistura no Estado de São Paulo, embora isso ainda não tenha sido anunciado.
A Nutrien não comentou sobre o futuro dessa misturadora de fertilizantes. Também se recusou a comentar quaisquer demissões relacionadas à paralisação das três fábricas.
