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Orçamento familiar: as decisões que podem prejudicar sua família

por Ricardo Pereira
3 min leitura
Orçamento familiar: as piores decisões que podem prejudicar sua família

Já escrevi algumas vezes sobre orçamento familiar e a cada novo texto percebo o quanto ainda precisamos avançar sobre o assunto.

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Todos os dias, milhares de pessoas se perguntam o que estão fazendo de errado para ter tantos problemas com o orçamento familiar. Em alguns casos, todo o salário serve apenas para cobrir os gastos feitos durante o mês; em outros, a situação é até pior, pois mesmo com o salário a conta corrente continua negativa.

O problema é que mesmo apresentando esses graves problemas financeiros, a rotina pesada do dia a dia faz com que essas pessoas enxerguem essa situação como algo natural. Elas não conseguem identificar facilmente as atitudes e decisões que corroem o dinheiro e as deixam cada vez mais pobres.

Para trazer um pouco mais de argumentos e convidar você para uma reflexão, tomei a liberdade de compartilhar, as decisões que considero serem as piores para o bem estar financeiro das famílias.

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Orçamento familiar: as piores decisões que podem prejudicar sua família

Falta de atitude é um grave problema; atitude demais, em algo errado, também. Essa realidade acaba desencadeando decisões equivocadas e com enorme potencial destrutivo. Escolhi cinco decisões comuns que prejudicam o orçamento familiar. Acompanhe:

Usar sempre a função rotativa do cartão de crédito

O cartão de crédito é uma ótima ferramenta de pagamento e colabora para que muita gente controle o pagamento das despesas de forma consciente e organizada. Conseguir concentrar os gastos, ganhar dias para efetuar o pagamento da fatura e a segurança são alguns pontos de destaque presentes no cartão de crédito.

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Infelizmente, algumas pessoas enxergam o cartão de crédito como “dinheiro grátis”. Ok, posso estar exagerando, mas ao olhar com calma a atitude de algumas pessoas, parece que não enxergam que mais cedo ou mais tarde a fatura chegará e que o pagamento precisará ser feito.

Essas pessoas que gastam demais, contando com o limite do cartão, esquecem de levar em conta o que de fato é mais importante: o próprio limite de orçamento familiar. Não tendo o dinheiro para pagamento integral da fatura do cartão, a saída é utilizar a função do rotativo do cartão de crédito.

O erro é muito grave, já que de acordo com a pesquisa mensal de juros da Anefac, em agosto de 2014 a taxa média do rotativo do cartão é de 238,67% ao ano. O número é grande, mas o estrago financeiro é enorme. Quem está nessa situação precisa rapidamente tomar duas medidas fundamentais:

  • Admitir a culpa pelo erro, afinal o culpado não é o cartão e sim quem foi lá e digitou a senha na hora de efetuar o pagamento;
  • Eliminar a dívida o mais rapidamente possível, afinal com os juros em 238% ao mês, qualquer orçamento pessoal explode. Analise com cuidado a situação e utilize uma linha de crédito com juros mais baixos para quitar a dívida. Um bom exemplo para essa situação é o crédito consignado que possui taxas bem inferiores.

Assista: 3 SEGREDOS (INCRÍVEIS) para Aumentar o Limite do CARTÃO DE CRÉDITO ?

Fazer compras com pressa

Quem não gosta de dar uma passadinha no shopping? Muita gente encara o ato de ir às compras como uma terapia, um lugar onde é possível esquecer os problemas do dia a dia. Sem perceber, algumas pessoas que agem dessa maneira acabam criando problemas para o orçamento no decorrer do tempo.

A  excelente Adriana Rodopoulos já abordou o assunto algum tempo atrás, aqui mesmo no Dinheirama, e nos brindou com uma intrigante reflexão: afinal, a compra por impulso é boa para quem?

Naquele momento, vivíamos a febre das compras coletivas, onde o discurso das promoções parecia obrigar as pessoas comprar. As promoções, ou apenas a ideia de que elas existem, nos impulsionam a comprar além das nossas possibilidades. Acompanhe abaixo um trecho do artigo escrito pela Adriana:

“Quando verificamos que o valor que realmente será pago é bem menor do que aquele que está em destaque, a nossa mente nos aplica outro golpe, nos informando que aquele é um ‘ótimo negócio’, uma ‘promoção imperdível’.

Para quem termina a avaliação neste estágio e opta pela compra, é tarde: este consumidor provavelmente comprou por impulso. E aí há dois grandes problemas:

1. O primeiro deles é saber se o preço com desconto, ainda que bastante inferior ao preço cheio, vai caber no bolso ou não. Essa análise fica comprometida porque o ponto de partida da avaliação é ou preço cheio ou o desconto e não a disponibilidade financeira;

2. O segundo ponto é avaliar se o cliente terá condições de usufruir do produto ou serviço dentro do prazo estipulado e das condições impostas pelo anunciante. O preço pode ser tão atraente que os detalhes da compra (as famosas ‘letrinhas miúdas’) são ignorados.”

Mais do que nunca, o poder de compra das famílias está baixo. De acordo com recentes pesquisas, a Classe C, que segurou por vários anos o crescimento do país, parou de consumir, e uma das razões para isso acontecer agora é o alto endividamento das famílias.

O momento é de cautela e planejamento. As compras por impulso precisam ser substituídas pelo consumo cada vez mais consciente.

Leia também: Por que não consigo guardar dinheiro? O que fazer?

Usar o cheque especial como complemento de renda e ao mesmo tempo investir na caderneta de poupança

A correria do dia a dia não deixa tempo para planejarmos quase nada e acabamos agindo boa parte do tempo no chamado “piloto automático”. Assim, acabamos adotando algumas práticas pelo impulso, sem racionalizar e efetivamente ter a certeza de estar fazendo a coisa certa.

Muita gente comete um desses erros que considero grave simplesmente por desconhecimento ou por ingenuidade. Conheci muitas pessoas que utilizam a linha de crédito conhecida como cheque especial, pagando juros médios de 13,5% ao mês (medidos em setembro, de acordo com o Banco Central), e ao mesmo tempo “investem” na caderneta de poupança (rendimento próximo de 3,5% ao ano).

Não é preciso muito esforço matemático para perceber o grave erro: tomar dinheiro emprestado do banco pagando juros de 13% ao mês e manter dinheiro aplicado na poupança, que paga 3,5% ao ano.

Acredito que o erro acontece, na maioria dos casos, por desconhecimento e comodismo das pessoas. Cheque especial é uma linha de crédito emergencial que, dada a sua facilidade de aquisição e uso, torna o dinheiro que é emprestado extremamente caro.

As pessoas devem ter a consciência de que é imprescindível ter uma reserva de emergência capaz de cumprir o papel do cheque especial. Se o gasto está maior do que a receita sempre, obrigando o uso do cheque especial, é fundamental ajustar o orçamento e cortas despesas que não sejam extremamente necessárias. A regra é clara: ninguém pode gastar mais do que ganha.

Ouça: DinheiramaCast – Cartão de crédito: Problema ou solução?

Dar valor demais ao status

Um dos graves problemas da atualidade é a necessidade de muita gente de parecer e mostrar ser alguém que de fato não é. A ideia de demonstrar ser alguém bem-sucedido, que tem tudo do bom e do melhor é extremamente cultuada e venerada pelas pessoas. Ter parece ter virado sinônimo de Ser.

Hoje é muito comum, por exemplo, observar nas redes sociais um bocado de pessoas competindo para demonstrar quem fez a viagem mais interessante, quem tem o carro mais desejado e por ai vai. É a ditadura do Ter em detrimento do que é realmente mais importante, o Ser.

Anteriormente, aqui no Dinheirama abordei o assunto e escrevi um texto sobre o status e a necessidade de demonstrar o poder através das redes sociais. Quero aqui compartilhar um dos pensamentos propostos no texto, acompanhe:

“A verdade é que as redes sociais e a exposição característica de uma vida desejada serve como uma fuga da realidade, uma tentativa de diminuir o sofrimento com a vida real e seus inúmeros problemas e desafios.

Essa tentativa de fuga pode ser muito cruel, tanto para si como para os outros, já que alimenta a necessidade de ostentar, infla o ego e desperta inveja. O sapato, o carro e o celular novo que estão exibidos nas fotos não retratam, em boa parte dos casos, a real situação das pessoas.”

Estou convencido de que, para muitas pessoas, as redes sociais se tornaram uma ferramenta depressiva e perigosa. Muita gente se tornou pior com a necessidade de exposição e arrastou para essa realidade outros que se viram diminuídos por não terem a condição de acompanhar e ter a mesma “vida perfeita” dos amigos.

O resultado? Para não ficar “em baixa”, o jeito foi recorrer ao dinheiro emprestado para continuar comprando e ostentando. O endividamento cresceu e há muita gente vivendo uma vida artificial nas redes sociais, mas penosa e caríssima no mundo real.

Muita gente está agindo de forma absolutamente danosa, gastando o dinheiro que não tem, para comprar coisas de que não precisa, para impressionar pessoas de que ela não gosta. Esse pensamento retrata com exatidão o que acontece hoje na sociedade de maneira geral.

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Comprar porque está barato, não porque precisa

O mês de novembro já está chegando. E daí? Bom, em novembro aqui no Brasil vem ganhando impulso uma data muito conhecida nos EUA, onde os lojistas oferecem aos consumidores oportunidades reais de desconto em diversos produtos. Conheço muita gente que relata descontos de até 80% em produtos na chamada Black Friday norte-americana.

No Brasil, infelizmente a coisa foi distorcida e muita gente acabou entrando de gaiato no discurso e na publicidade feita nos anos anteriores. Os problemas foram tão graves que os órgãos de defesa do consumidor precisaram intervir e notificar diversas lojas que maquiaram os preços para oferecer às pessoas descontos que não existiam de fato.

Quando a vontade ou o sonho de ter algo encontra a palavra “promoção”, essa situação cria no nosso cérebro a “desculpa perfeita” para comprarmos o queremos sem culpa, ainda que não tenhamos o dinheiro para tanto ou que a promoção seja artificial, falsa.

Em outros casos, onde as promoções acontecem de fato, também é preciso cautela. Não é porque algo está em promoção que devemos simplesmente comprar. O consumo precisa partir da conscientização em organizar o orçamento e planejar as compras, seja quando ela for necessária, seja quando ela for possível de acordo com o orçamento familiar.

Precisamos, como sociedade e como consumidores, adotar uma postura diferente, aprendendo a negociar preços e condições melhores e também não aceitando promoções falaciosas.

Leia também: Primeiro filho: como arrumar a casa e as finanças

Orçamento familiar: conclusão

Tornar-se alguém rico e bem-sucedido muitas vezes passa pela necessidade de eliminar erros cometidos diante de decisões simples de compra e uso do crédito. O sistema financeiro brasileiro é desafiador na medida em que cobra juros elevados nos empréstimos.

O orçamento familiar deve ser tratado como uma prioridade e não como um simples resultado de ações sem planejamento realizadas ao longo do tempo.

Você concorda com minhas observações? Ficarei muito contente em contar com a sua participação. Aproveite o espaço de comentários abaixo e registre sua opinião. Obrigado e até a próxima!

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