As principais autoridades da União Europeia precisam ser substituídas, pois não merecem outra chance no comando do bloco após as eleições para o Parlamento Europeu, disse o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, nesta sexta-feira.
O líder nacionalista enfrenta uma das eleições mais difíceis de seu governo de 14 anos, com a economia de seu país em recessão, um escândalo de abuso que atinge sua plataforma de valores familiares em sua essência e um recém-chegado político que ameaça alterar o status quo.
Apesar destes desafios, o partido nacionalista Fidesz, de Orbán, continua sendo a legenda mais popular na Hungria, mas o aparecimento de um antigo membro do governo, Peter Magyar, como crítico vocal do primeiro-ministro gerou na eleição um sentimento adicional de incerteza.
“Há problemas em Bruxelas, grandes problemas. A liderança (da UE) fracassou”, disse Orbán a seus apoiadores, lançando a campanha do Fidesz para a eleição em todo o bloco europeu de 6 a 9 de junho.
“Se vocês tiveram um desempenho ruim ao longo de seu mandato, colocaram seus eleitores em perigo e se eles não esperam mais nada de vocês, só resta uma coisa: peguem seus chapéus e vão embora.”
Orbán disse que a economia da Europa está em declínio e também criticou a política do Ocidente de apoiar o esforço de guerra da Ucrânia contra a invasão da Rússia, que, segundo ele, pode resultar em um conflito mais amplo, a menos que a UE mude de rumo.
Ele está há muito tempo em desacordo com seus aliados da UE e Washington em relação a uma série de questões, incluindo sua recusa em enviar armas para a Ucrânia e a defesa da manutenção de laços econômicos com Moscou depois que as forças russas invadiram o território ucraniano em 2022.
O governo húngaro também está envolvido em disputas com a Comissão Europeia sobre reformas do estado de direito que resultaram na suspensão de bilhões de euros em fundos da UE para a Hungria.