A presidente da Petrobras (PETR3; PETR4), Magda Chambriard, afirmou nesta quarta-feira que recebeu do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a missão de “movimentar a Petrobras, porque ela impulsiona o PIB do Brasil”, e destacou que a petroleira “está totalmente alinhada com a visão do governo”.
Durante cerimônia de posse com a presença de Lula, da primeira-dama Janja e diversos ministros de Estado, a executiva reiterou seu compromisso com os planos atuais da companhia, mas com celeridade, e defendeu ser fundamental desenvolver fronteiras exploratórias de petróleo, como as da Margem Equatorial e do Sul do Brasil.
“O que nós vamos fazer está registrado no nosso planejamento estratégico”, afirmou, em auditório do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), destacando que o documento prevê potencial para gerar centenas de milhares de empregos diretos e indiretos, além de expressivos recursos para União, Estados e municípios em participações governamentais.
“Vamos tornar realidade o que foi planejado, com celeridade”, frisou, destacando também compromisso “com a rentabilidade e eficiência que o mercado e o Brasil esperam de nós”.
Chambriard assumiu o controle da companhia no mês passado, após decisão de Lula de trocar o ex-presidente Jean Paul Prates, que foi alvo de diversas críticas públicas do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
Chambriard citou Silveira, também presente no evento, logo no início de seu discurso, agradecendo a confiança: “meu ministro de contato, obrigado”.
Dentre os ministros presentes, participaram da cerimônia o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, dentre vários outros.
Planos para exploração e produção
Forte defensora do avanço exploratório na Margem Equatorial, extensa região litorânea que vai do Rio Grande do Norte ao Amapá, Chambriard alertou que “não podemos esquecer que as reservas de petróleo e gás natural constituem recursos finitos, de forma que nossa segurança energética, durante a transição justa, passa pela sua reposição”.
“Nessa linha, é fundamental desenvolver nossas fronteiras exploratórias, como as da Margem Equatorial e do Sul do Brasil, sempre com rigorosos padrões de segurança, em absoluta conformidade com a legislação ambiental e com os processos de licenciamento”, afirmou.
A Margem Equatorial tem grande potencial para descobertas de petróleo em alto-mar, mas também enormes desafios socioambientais.
O Ibama rejeitou no ano passado um pedido da Petrobras para perfurar na Bacia de Foz do Rio Amazonas, região vista como de maior potencial da Margem Equatorial.
A companhia entrou com um pedido de reconsideração, mas o órgão ambiental federal ainda não respondeu.
Também no evento, o ministro Silveira defendeu em discurso que o governo construa junto com o Ibama e a petroleira um caminho ambientalmente seguro para explorar a região.
Chambriard enfatizou também que “o caminho da transição energética justa é inclusivo, balizado pelo cuidado com as pessoas e com o meio ambiente”.
O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, manifestou nesta quarta-feira a expectativa de que haja uma decisão em breve sobre o pedido de reconsideração da Petrobras.
O presidente Lula tem defendido prospecção da Petrobras na região e afirmado que o Brasil não pode perder a oportunidade de explorar as riquezas da região.