O investidor bilionário Silvio Tini de Araújo, que recentemente foi banido pela CVM após um caso de insider com as ações da Alpargatas (ALPA4) – o trade do chinelo -, agora está envolto em uma polêmica com a construtora em recuperação judicial Rossi (RSID3).
A empresa revelou nesta quarta-feira (10) que o investidor bilionário Silvio Tini de Araújo pressionou alguns conselheiros para obter vantagens e destituir o presidente do Conselho.
O caso teria ocorrido quando os diretores Marcelo Adilson Tavarone Torresi, Nicolas Aires de Paiva e Fábio Gallo Garcia, “recentemente, passado a agir em descumprimento de seus deveres fiduciários no intuito de favorecer um acionista específico em detrimento dos interesses da companhia”.
Segundo a Rossi, os conselhereiros apresentaram uma ata da reunião do Conselho com “com declarações supostamente falsas”, o que ensejou a convocação de uma reunião do Conselho para o próximo dia 11, “para sem qualquer justificativa destituir o Presidente do Conselho de Administração, João Paulo Franco Rossi Cuppoloni , e ratificar documento que contêm grave erro”.
Nele, a Rossi faz referência a diversos fatos relativos à eleição dos conselheiros e às suas declarações ao mercado como supostos “conselheiros independentes”, tendo em vista que recentemente os Requeridos teriam supostamente violado seus deveres fiduciários ao tentar favorecer o acionista Silvio Tini de Araujo.
A empresa abriu um pedido de instauração de arbitragem contra os conselheiros, o que foi aceito nesta quinta-feira (11) pela Secretaria da Câmara de Arbitragem do Mercado (CAM).
A liminar da CAM suspende a realização da RCA (Reunião do Conselho de Administração) que estava agendada para hoje, que teria sido convocada para destituir o Presidente do Conselho de Administração, sob a pressão de Araújo.
Decisões
A Rossi também informou que realizou uma reunião Extraordinária do Conselho de Administração nesta quarta-feira, quando apresentou a transcrição e gravações recebidas por e-mail pelo Presidente do Conselho de Administração de conversas mantidas entre a Diretoria da Companhia e os Conselheiros de Administração Nicolas Aires de Paiva, Marcelo Adilson Tavarone Torresi e Fabio Gallo Garcia.
Neles, os conselheiros admitem a sua dependência e a existência de pressões externas direcionando o sentido da manifestação de seus votos.
A empresa também revelou as evidências que comprovariam “a existência de acionista que, direta ou indiretamente,
tornou-se titular de ações em quantidade superior ao montante equivalente a 25% do capital social da Companhia e, a despeito disso, não comunicou o fato”.
A Rossi anunciou a convocação de uma AGE (Assembleia Geral dos Acionistas) para deliberação sobre a obrigação de Silvio Tini de Araujo, Bonsucex Holding S.A, Lagro do Brasil Participações Ltda., EWZ Investments LLC e EWZ Fundo de investimento em ações realizarem a oferta pública de aquisição (OPA) de ações na companhia.
A empresa também irá votar a destituição de Nicolas Aires de Paiva, Marcelo Adilson Tavarone Torresi e Fabio Gallo
Garcia de seus cargos enquanto membros do Conselho de Administração e de comitês do Conselho de Administração da Companhia pelo fato de terem violado seus deveres fiduciários.