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Por que eu NÃO deixo contas em débito automático

por Conrado Navarro
3 min leitura
Por que eu não tenho contas em débito automático - controle financeiro

Nas conversas com amigos sobre finanças pessoais, eu sempre digo que não deixo contas em débito automático. Entenda minhas razões.

O assunto é polêmico, mas eu não me canso de explicar as razões para não deixar nenhuma conta em débito automático. Praticidade e facilidade à parte, eu gosto de “ter contato” com cada conta que preciso pagar, e as razões para isso são pessoais (subjetivas), mas também racionais.

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Quando se trata de automatizar o fluxo de pagamentos e, com isso, criar uma dinâmica mais fluida do orçamento familiar, as contas em débito automático surgem como um dos passos fundamentais.

O argumento para deixar o máximo de pagamentos automáticos é simples e persuasivo: assim você não se esquece de nenhuma conta importante, não deixa de pagá-la e mantém seu nome limpo e com boa pontuação. Faz sentido? Sem dúvida. Funciona exatamente assim na prática? Não.

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Contas em débito automático: por que estou pagando isso?

Se você tem um controle financeiro em uma planilha e lida bem com as contas em débito automático, não se preocupe comigo (ou com este texto). Na minha família, muitos conseguem seguir assim, sem dívidas e investindo direitinho. Eu preciso tocar os boletos e questionar sua necessidade. Todo mês.

O ritual para mim é importante:

  • Quais são as contas que preciso pagar este mês? Toda virada de mês, eu confiro o que paguei nos meses anteriores;
  • O que eu ainda preciso continuar pagando? Tudo mesmo? Ao mesmo tempo em que penso no que preciso pagar, eu me questiono sobre a necessidade de seguir mantendo determinada despesa;
  • Por que eu estou pagando esta conta todo mês? O boleto chega, com algum prazo para seu vencimento, eu o abro e imediatamente disparo um alerta sobre a necessidade de seguir com aquela despesa.

Repare que minhas provocações sobre as contas em débito automático não são inteiramente lógicas, mas a subjetividade que as construiu também lapidou um lado racional importante de meu dia a dia: o boleto físico me lembra do controle financeiro e da necessidade de sempre reduzir minhas despesas.

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Contas em débito automático: o boleto físico desperta meu racional

Eu sou assim, confesso. Preciso do lembrete real. Tangível. Quer ver outro exemplo pessoal? Acho o Kindle e outros leitores digitais de livros produtos incríveis, mas só consigo ler mesmo os livros de papel. E com uma caneta para rabiscar e escrever ao longo da leitura.

Eu faço algo que algumas vezes irrita minha esposa. Espalho os dois ou três livros que estou lendo em lugares diferentes da casa para que eu sempre tenha um livro à mão para ler, nem que seja por alguns minutos. Na sala. Escritório. Quarto. Até na cozinha.

O boleto funciona da mesma forma. Quando eu consigo responder às perguntas que enumerei acima de maneira mais objetiva, eu já agendo o pagamento da conta naquele instante e lanço a despesa futura em meu orçamento – eu uso o software Money Pro para administrar meu orçamento. Planilha, app ou software, já falei disso aqui.

Se a conta não passar tão incólume pelas perguntas, eu faço como os livros: deixo o boleto à vista em um lugar que sempre acesso. Ele volta sempre para minha mão e traz as mesmas perguntas novamente à tona.

O fato de tocar a conta fisicamente também me ajuda a pensar no que posso fazer para reduzi-la. A conta de luz, por exemplo, sempre circula em casa para que a família compreenda o que aconteceu de um mês para o outro e possa colaborar no uso consciente da energia. E quando vou pagá-la, muitas vezes coloco minha filha mais velha ao meu lado para falarmos a respeito.

Se por acaso eu entender que uma conta não faz sentido, o boleto físico ou a conta em mãos servirá para facilitar o próximo passo: cancelar a despesa. O papel por perto vai ser o lembrete que eu preciso para tomar as medidas necessárias.

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Conclusão

Talvez você esteja pensando algo como: “Mas Navarro, tudo que você falou sobre as contas e boletos com pagamento automático podemos eu também posso fazer consultando o App bancário e as cópias físicas de algumas contas que seguem chegando, mesmo em débito automático”. Sim, você tem razão.

Em nenhum momento, fiz questão de dizer que minha maneira de lidar com as contas é melhor ou mais inteligente. Assim como ter todo esse trabalho manual me ajuda a lidar melhor com a realidade financeira de meu orçamento, o convite neste texto é para que você pense em como pode fazer o mesmo com a sua vida.

Talvez você consiga agir de forma super planejada e cuidadosa mesmo com as contas em débito automático. Talvez uma mudança neste sentido possa ser experimentada. O que importa é ver a educação financeira em prática, funcionando, não é mesmo?

Foto: Pexels.

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