Os bancos tradicionais já estão começando a olhar para o mercado bilionário das apostas esportivas (BETs) do Brasil.
O Banestes (BEES3; BEES4) anunciou na terça-feira que promoverá um processo competitivo para a busca de parceiro para exploração e operação do negócio de loterias no Espírito Santo.
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Segundo o comunicado, as modalidades do negócio são passiva, de prognóstico (específico, numérico e esportivo), instantânea e quota fixa (BETs), em meio físico e digital.
O banco Genial Investimentos foi contratado como o assessor financeiro da operação chamada de “Full House”
Segundo o Banestes, a transação propõe uma parceria de 20 anos, com regime de exclusividade e a venda de até 49,99% da subsidiária já constituída e autorizada pelo Banco Central do Brasil.
Direto do aplicativo
A venda online será feita pelo site e app do Banestes, com exigência de um sistema de bloqueio para apostas realizadas por usuários que estejam localizados fora do estado do ES (geolocalização).
Já a venda física será feita nos pontos de venda exclusivos, correspondentes bancários Banestes dentro do Estado e pontos
multicategorias com venda de jogos.
Caixa
Outro banco a se apresentar para pegar um pedaço deste mercado é a Caixa, por meio da Caixa Loterias, que pediu ao Ministério da Fazenda, por meio da Secretaria de Prêmios e Apostas, autorização para atuar no mercado de apostas esportivas.
A Caixa Loterias é uma empresa criada pela Caixa para administrar as lotéricas, o que inclui as tradicionais apostas da Mega Sena e de outros produtos.
Um dos objetivos do banco ao criar a subsidiária foi ganhar agilidade diante da concorrência com as chamadas bets.
A Caixa tem o monopólio constitucional da exploração de jogos das loterias. A Caixa Loterias foi criada em 2015, e a transferência dos serviços lotéricos para a empresa foi aprovada em abril deste ano.
No primeiro trimestre deste ano, as loterias da Caixa arrecadaram R$ 6,1 bilhões em recursos, um crescimento de 22% em relação ao mesmo período do ano passado, e pagaram R$ 2 bilhões líquidos em premiações.
Domínio “bet br”
O Ministério da Fazenda, por meio da Secretaria de Prêmios e Apostas, recebeu 113 pedidos de 108 empresas de bets que querem explorar as apostas de quota fixa a partir do próximo ano.
Os pedidos entraram no Sistema de Gestão de Apostas até a meia-noite da terça-feira, 20, e, caso sejam aprovados, vão liberar a atuação dessas empresas já na abertura do mercado regulado de apostas, o que ocorrerá em 1º de janeiro de 2025. A lista pode ser vista aqui.
A Fazenda estima que se todas as empresas atenderem as regras estabelecidas na regulamentação, o governo arrecadará R$ 3,4 bilhões ainda em 2024 somente com o pagamento de outorgas.
A projeção é de que cerca de 220 sites poderão oferecer apostas de forma autorizada. Isso ocorre porque em cada pedido é possível vincular até três marcas, a depender da estratégia de cada empresa.
O período para inscrições segue aberto, mas as novas solicitações só serão analisadas no prazo de 180 dias. A avaliação do secretário de Prêmios e Apostas, Regis Dudena, é de que o número de pedidos superou as estimativas de mercado e indica confiança e segurança jurídica na regulação.
O período legal de adequação vai até 31 de dezembro. A partir do próximo ano, só poderão operar no Brasil as empresas autorizadas e que cumprirem integralmente a regulação.
Aquelas que não tiverem autorização deverão ser banidas do mercado e proibidas de realizar publicidade e patrocínios.
As novas regras para o setor incluem normas sobre os meios de pagamento das premiações, combate à lavagem de dinheiro e jogo responsável. As empresas autorizadas precisam ser constituídas no Brasil.
As marcas poderão operar em sites com o domínio “bet br” e serão monitoradas pela Secretaria de Prêmios e Apostas.
O País terá um sistema com informações diretas sobre as atividades, o que permitirá monitoramento desde o comportamento de apostadores aos volumes apostados, perdidos e prêmios pagos, o que ajuda no controle de base de cálculo para tributação.
(Com Estadão Conteúdo)