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Rentabilidade do Tesouro Direto: IMA – Índice de Mercado Anbima

por Henrique Carvalho

Rentabilidade do Tesouro Direto: IMA - Índice de Mercado AnbimaNo recente artigo elaborado por Conrado Navarro, “Tesouro Direto: como investir, rentabilidade, vantagens e características”, foi abordado o investimento em títulos públicos. Através de sua leitura aprendemos sobre o funcionamento deste tipo de investimento, os diferentes títulos ofertados, suas características, riscos e custos. O investidor[bb] iniciante pode, com esse material, começar a investir e compreender melhor os benefícios do Tesouro Direto em relação a outras aplicações de renda fixa.

Flávio Augusto Quadrado 2

No artigo de hoje pretendo dar um passo além na explicação dos títulos públicos, tendo como principal objetivo apresentar os índices utilizados para categorizar estes títulos e para averiguar suas rentabilidades. O objetivo é complementar a informação trazida pelo Navarro e contribuir para aumentar o conhecimento do leitor que nos acompanha.

O que é o IMA?
Para facilitar o trabalho de nós investidores, a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) criou um índice que define e acompanha as diversas categorias de títulos, assim como suas respectivas rentabilidades: o chamado IMA (índice de Mercado ANBIMA).

Segundo própria definição da Anbima, o IMA é uma família de índices que representa a evolução, a preços de mercado, da carteira de títulos públicos e serve como referência (benchmark) para o segmento. O IMA possui índices e subíndices que visam englobar todo o perfil da dívida pública brasileira, incluindo títulos pré-fixados (LTN e NTN-F), pós-fixados (LFT), indexados ao IPCA (NTN-B) e indexados ao IGPM (NTN-C). Você pode ler mais sobre o IMA na página de perguntas frequentes da Anbima e na seção de metodologia.

Além destes principais índices, é possível ainda ter acesso aos subíndices de cada índice, como por exemplo, os títulos pré-fixados com prazo de até um ano (IRF-M 1) e os pré-fixados com prazo maior que 1 ano (IRF-M 1+). O fluxograma abaixo ajuda a ilustrar de forma clara esta divisão entre índices e subíndices do IMA:

Composição Fundos IMA - Anbima

Portanto, o índice geral captura a rentabilidade de todo este conjunto de títulos, permitindo que o investidor tenha um rápido acesso à rentabilidade de diversos índices e subíndices do IMA, podendo criar, inclusive, seu próprio benchmark para sua carteira de títulos.

Flávio Augusto Quadrado 2

Exemplo: um fundo de investimentos[bb] que realiza apenas operações com títulos pré-fixados com prazo maior de 1 ano poderia utilizar o subíndice IRF-M 1+ como benchmark para seus resultados, já que este se enquadra melhor no perfil de operações do fundo.

IMA-Geral ex-C
Além dos índices e subíndices listados no fluxograma, foi criado ainda mais um tipo de índice para capturar a rentabilidade geral, excluindo os títulos indexados ao IGP-M. Estes títulos foram retirados do mercado secundário devido a uma decisão explícita do Tesouro Nacional, além da baixa liquidez verificada neste segmento. Portanto, o IMA-Geral ex-C exclui o IMA-C de sua composição para calcular a rentabilidade geral.

Análise das rentabilidades nos últimos três anos
Agora que já compreendemos a categorização feita pela Anbima, podemos analisar a rentabilidade de cada índice e subíndice nos últimos três anos.

Rentabilidade em 2008

Rentabilidade - IMA - Ano de 2008

Alta de 2,50% na Selic. O ano de 2008 ficou marcado pelo agravamento da crise financeira. O Índice Bovespa teve variação de -41,22% no ano. A Meta Selic pulou de 11,25% para 13,75%, sendo um fator negativo para os títulos de longo prazo e prefixados. Entretanto, ao contrário do que era esperado para um cenário tão pessimista, os índices mantiveram-se firmes no ano. O IMA-Geral, que representa a composição de todos os outros índices, registrou uma rentabilidade de 12,69% em 2008.

IMA-C 5 na liderança. O destaque positivo no ano foram os índices indexados ao IGP-M, tendo como índice mais rentável o IMA-C 5 com retorno de 16,35% no ano. O IGP-M neste ano teve variação de 9,81%, colaborando para a rentabilidade destes títulos.

IMA-B 5+ na lanterna. A menor rentabilidade no ano pôde ser observada no IMA-B 5+, índice que engloba os títulos indexados ao IPCA com prazo superior a 5 anos, apresentando uma variação de 7,50%. O IPCA no ano teve variação de 5,90%, o que ajudou os títulos indexados a este índice a apresentarem retornos consideráveis no ano.

Rentabilidade em 2009

Rentabilidade - IMA - Ano de 2009

Queda de 5,0% na Selic. O ano de 2009 refletiu a recuperação econômica. A Meta Selic, que estava em 13,75% em dezembro de 2008, sofreu diversas reduções ao longo do ano, terminando em 8,75% ao final de dezembro daquele ano. Este fator foi decisivo para que os títulos de longo prazo apresentassem altos retornos em relação aos títulos mais curtos. O IMA-Geral registrou alta de 13,12% no ano de 2009.

IMA-B 5+ na liderança. O destaque positivo no ano foram os índices indexados ao IPCA, tendo como subíndice mais rentável o IMA-B 5+ com retorno de 23,52% no ano. O IPCA neste ano teve variação de 4,31%, colaborando para a rentabilidade dos títulos a ele indexados.

IMA-C 5 na lanterna. A menor rentabilidade no ano pôde ser observada no IMA-C 5, apresentando variação de 8,37%. O IGP-M no ano teve variação de -1,71%, o que atrapalhou o desempenho dos títulos atrelados ao IGPM.

Rentabilidade em 2010

Rentabilidade - IMA - Ano de 2010

Alta de 2,0% na Selic. Em 2010, os mercados andaram devagar, não apresentando muita volatilidade. A Meta Selic aumentou 2,0%, saindo de 8,75% para 10,75% no final do ano. Entretanto, a queda na Selic não foi capaz de tirar o brilho dos títulos de longo prazo. O IMA-Geral registrou alta de 12,99% no ano de 2010.

IMA-C 5+ na liderança. O destaque positivo no ano foram os índices indexados ao IGP-M, tendo como índice mais rentável o IMA-C 5+, com retorno de 23,91% no ano. O IGP-M neste ano teve variação de 11,32%, fator decisivo na rentabilidade do índice no ano. Os títulos indexados ao IPCA, com destaque para o IMA-B 5+, tiveram bom desempenho no ano, já que o IPCA registrou variação anual de 5,91%.

IMA-S na lanterna. A menor rentabilidade no ano pôde ser observada no IMA-S, índice atrelado à Selic, com uma variação de 9,78%.

O que esperar de 2011?

Alta na Selic? Tudo indica que teremos um ano com aumento na Meta Selic. O primeiro aumento na taxa, de 0,5%, elevou a Meta Selic de 10,75% para o patamar atual de 11,25%. E tudo indica que não iremos parar por aí. Ao verificar o site do Tesouro Direto já é possível encontrar títulos prefixados (LTNs, por exemplo) com taxas próximas de 13% ao ano. Nos títulos indexados ao IPCA (NTN-Bs), encontramos taxas próximas de 6,5% ao ano mais IPCA.

Governo cumprirá meta de inflação? Estes valores podem sinalizar uma possível alta na inflação e, consequentemente, uma elevação na Meta Selic para buscar frear a velocidade do crescimento econômico, já que este pode levar a inflação[bb] a níveis além do desejado pelo governo. A meta do governo para o IPCA neste ano é de 4,5%, com variação de 2,0% para ambos os lados. Portanto, o limite inferior seria de 2,5% e o limite superior de 6,5%.

Quanto alocar em cada categoria dos títulos públicos? O percentual sempre dependerá do nível de retorno e risco desejado do investidor, do seu prazo de investimento, capital disponível, entre outros. Entretanto, o importante é lembrar de diversificar entre todas as categorias, alocando tanto em posfixados (LFTs), prefixados (LTNs ou NTN-Fs), como nos indexados ao IPCA (NTN-Bs).

Com este material, completamos os detalhes relacionados ao Tesouro Direto. Espero ter colaborado. Até a próxima.

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Crédito da foto para freedigitalphotos.net.

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