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Tempo de falar e tempo de calar: você presta atenção nisso?

por Janaína Gimael
3 min leitura
Tempo de falar e tempo de calar: você presta atenção nisso?

Já diz aquele ditado que se temos dois ouvidos e uma boca é para falar menos e ouvir mais. Mas quem lembra desse ditado e o coloca na prática de forma consciente nos dias de hoje, não é mesmo?

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Nossas palavras são tão poderosas que podem levantar ou derrubar alguém, e fazer o mesmo por nós, portanto deveríamos usá-las com mais parcimônia. Vamos refletir sobre isso esta semana?

Tenho andando com meu pug Romeu, um senhorzinho cachorro de 9 anos que está acima do peso. Pois bem, tenho tentado fazer com que coma menos e o levado para passear exatamente para ajudar na tarefa de ficar mais saudável e evitar doenças relacionadas à obesidade.

E normalmente todas as vezes em que saio na rua com ele, alguém, totalmente desconhecido, chega e faz um comentário: “Gordinho, né?”; “Não está acima do peso, não?”. Como se eu mesma não soubesse que, sim, ele está acima do peso. E fiquei imaginando as pessoas que passam e sofrem com esse tipo de comentário, que não agrega e só irrita (sejamos sinceros).

Outro dia li um depoimento da modelo Helena Christensen, que havia sido criticada de forma ofensiva por uma colunista da Vogue britânica por usar um bustiê aos 50 anos. A modelo se saiu muito bem.

Repostou e ainda questionou o porquê de – em tempos onde é preciso que as mulheres se levantem e se apoiem – ela a criticava de forma tão feroz. Para que isso, gente? O que se ganha falando coisas assim sobre as pessoas?

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Também recentemente uma pessoa querida que conheço – e cuja filha precisou realizar uma cirurgia para colocar um implante que a ajudaria a ouvir – comentou comigo que estava chateada porque alguém da família havia comentado em alto e bom som que a menina estava muito “feia” com aquele implante aparecendo.

De fato, a sociedade parece estar doente ao extremo para realizar comentários assim.

Acredito que é preciso que façamos uma autocrítica antes de julgar tão profundamente os outros, como se fôssemos donos de verdades absolutas. Muitas vezes sequer sabemos o que fazer com nossas próprias vidas, não é verdade? Que dirá aconselhar e criticar as pessoas!

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O tempo: Quando e por quê?

Obviamente há momentos em que precisamos falar mais. Em muitas situações expor o que pensamos fará diferença total nos resultados que buscamos.

Em alguns momentos, por exemplo, temos que nos defender ou defender o outro; em alguns momentos teremos mensagens positivas que farão a diferença em nossas vidas ou na vida de alguém se forem compartilhadas; em alguns momentos temos correções de informações a fazer; em outros vamos rir com amigos e falar o que não é sério mesmo; e assim vamos. Mas e quando é hora de calar?

Sócrates, o famoso filósofo ateniense do período clássico da Grécia Antiga,  costumava dizer, por exemplo, que todo comentário deveria passar por três crivos: o da verdade, o da bondade, e o da utilidade. Puxa vida, quanta sabedoria ele já carregava centenas de anos antes de Cristo, não é mesmo?!

Vamos refletir sobre estes pontos e tentar levá-los sempre que possível ao nosso cotidiano?

Verdade: Nesta época de redes sociais e de fake news, temos que tomar cuidado para ajudar a não disseminar informações que só causarão problemas. Se não tem certeza, não poste, não fale. Não contribua para que o mundo fique ainda mais lotado de inverdades.

Bondade: Seu comentário sobre o cabelo ou o peso de alguém vão magoar a pessoa? Para quê dizer então? Como disse lá no começo, temos o poder de levantar ou diminuir alguém, para que escolher a segunda opção? Vejo o bullying como uma das piores coisas que existem, e se temos crianças ao redor, é nossa obrigação como adultos mostrar o quão repugnante este tipo de atitude é.

Utilidade: Compartilhar coisas que não agregam, imagens ofensivas dos outros, violência, e etc. também não fazem o menor sentido. Se seu comentário ou informação não tiver utilidade para ninguém e só ajudar a perturbar quem tiver acesso a ele, pense duas vezes antes de fazer ou postar.

Não podemos mudar o mundo, mas podemos mudar nossas atitudes, e isso vale muito para criar uma realidade melhor. Vamos juntos?

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