O presidente do conselho de administração do Bradesco (BBDC4), Luiz Carlos Trabuco Cappi, afirmou nesta sexta-feira que o déficit fiscal zero é o grande desafio para o Brasil em 2024, mas que mesmo sendo um resultado difícil, é possível.
“Eu acredito que não é heterodoxia ter o crescimento como ponto de chegada porque o crescimento é a única fórmula sustentável de nós termos emprego e renda. Agora, a jornada começa pelo equilíbrio das contas públicas”, afirmou durante participação em evento do Grupo Lide realizado em Zurique, na Suíça.
Trabuco afirmou que o déficit zero estabelecido como meta pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é o objetivo terminal desejado, e que o país não pode claudicar nos passos em direção a esse objetivo.
“O déficit zero é difícil, mas ele é possível. Agora, a construção dessa jornada é fundamental, porque é na jornada que nós construímos narrativas, construímos opiniões, e essa construção, em grande parte, ela define o humor dos mercados, dos preços, da expectativas”, afirmou.
Um relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) desta semana apontou que o governo pode ter superestimado suas receitas e deve terminar 2024 com déficit primário de 55,3 bilhões de reais.
Trabuco destacou que a questão fiscal não é exclusividade brasileira, sendo um problema global, mas que a visão de um leniência nessa área pelo país cria uma imagem que está refletida nos preços da economia.
“Por isso que a questão fiscal, o arcabouço, o déficit zero, esse consenso que nós temos entre os três Poderes da República, me faz ser confiante nos gestores da economia brasileira, do Ministério da Fazenda, pela sua definição, o objetivo que se quer atingir, o destino, mas a discussão da trajetória no dia a dia.”
Em sua fala, Trabuco afirmou ainda que em 2023 o Brasil “deu respostas, superou dúvidas internas, o que tem um valor inestimável no conceito internacional”. Ele pontuou que a inflação ficou “sob controle” e o PIB “superou as expectativas”. Ele avalia que 2024 também irá no mesmo caminho.
O chairman do Bradesco também disse que a safra de IPOs (ofertas iniciais de ações) está por acontecer, não só no Brasil e no mundo, mas na dependência do custo de capital, da taxa básica de juros.