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Sua vida financeira é motivada pela inveja ou pelos seus objetivos?

por Giovanni Coutinho
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Sua vida financeira é motivada pela inveja ou pelos seus objetivos?

Hoje vou contar um pouco de minha história. Comecei minha jornada financeira em 1996. Foi quando pela primeira vez, recebi um salário que considerei alto para a minha realidade naquela época.

Não tive dúvidas: comprei logo uma casa à vista! Calma, eu explico. Sempre gostei de acampar, Então comprei uma bela barraca, estilo canadense (aquelas com as ferragens bem pesadas).

Eu havia sido contratado num programa de estágio remunerado numa grande empresa de telecomunicações. Estava no último ano de minha graduação em Engenharia Elétrica.

Com uma visão bastante estreita da vida, agora eu trabalhava numa “empresa de verdade” e com um “salário de verdade”. Cidade nova, gente nova, cultura nova. E eu, um caipira do interior no meio daquilo tudo.

Status: perigo à vista!

Meus novos colegas tinham carros próprios, e eu usava o Fuscão amarelo da minha mãe. Eles usavam belas roupas de marcas famosas, e eu ainda não me preocupava muito com isso. Eles faziam viagens incríveis, e eu ainda não tinha saído de um raio de 300 km de minha cidade natal.

Ao perceber tudo aquilo, logo meus olhos brilharam, e minha mente começou a imaginar a glória vindoura! Vai ser sensacional!

Comecei bem, juntando o máximo que consegui em oito meses de trabalho. Então cometi a primeira bobagem: dei entrada num financiamento de um Gol zero km.

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E qual foi o motivo da troca do Fuscão pelo Gol? Eu queria me parecer com meus amigos.

A repetição se torna um hábito

O tempo foi passando, o salário aumentando, e junto com ele o desejo idiota (que eu chamava de necessidade) de acompanhar a aparente evolução patrimonial daqueles com quem eu convivia.

Nem vou entrar no mérito da questão deles terem patrimônio real ou dívidas. O ponto de alerta é outro: pensarmos que os outros têm uma vida financeira melhor que a nossa, e ficarmos desejosos (e depois obcecados) por ter o mesmo.

Muitos problemas financeiros começam assim. E os adjetivos que caracterizam esse movimento são pesados: inveja, cobiça, ganância, e outros similares.

É como um câncer. Começa pequeno e aos poucos vai tomando conta. Então somos escravizados pela doença de querer (a todo custo) ser igual aos outros.

Finalmente um choque de realidade

Fiquei sustentando o meu novo “status” por mais um ano, quando fui alertado por um colega mais experiente: “você está sendo burro”.

Sim, ele me chamou de burro, e no fim eu gostei. Afinal, comecei a discutir com ele, e depois do calor da situação os meus olhos começaram a se abrir para o assunto.

Aprendi aquela que seria a base para a minha futura adoção da educação financeira como um estilo de vida: “gastar menos do que se ganha e dar um jeito de multiplicar o que sobrou”.

Foi quando percebi que realmente era uma burrice ficar gastando o dinheiro (que muitas vezes eu nem tinha) para provar para as pessoas que eu poderia ser igual ou melhor que elas (coisas de uma mente fraca e despreparada).

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Outra coisa curiosa que fui percebendo: muitos dos meus amigos também não tinham condições de sustentar aquele padrão de vida que tinham. Continuavam na “vibe da ostentação”, escravizados pelo status e pelo consumo.

Consertando as coisas

Comecei então minha “higienização” mental. Vendi meu “super Gol” e comprei um carro usado, que foi pago à vista, e ainda me proporcionava mais conforto que o anterior.

Passei a me interessar por investimentos e a estudar o mercado imobiliário (que naquela época oferecia lucros mais interessantes que hoje).

Em meados do ano 2000 comprei meu primeiro livro de finanças pessoais, o clássico “Seu futuro financeiro: você é o maior responsável” de Louis Frankenberg. Daquele ponto em diante, não parei mais de estudar e praticar os conhecimentos.

Sua vida, suas experiências, sua responsabilidade

Cresci. Foram muitos erros e acertos (mais erros, eu acho). Por exemplo, já acertei bonito na renda variável, ao ponto de quitar todo o financiamento do meu primeiro apartamento (70% do valor do imóvel).

No entanto, devido à minha incompetência emocional, perdi 3x aquele valor, num amargo processo de divórcio.

Comecei de novo, afinal, é importante desenvolver nossa resiliência, e aprender a ver o lado positivo dos acontecimentos. A vida como ela é…

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Hoje, 20 anos depois, continuo errando e acertando. Os anos de experiência são valiosos, e consegui aprender que mais importante que a linha de chegada é o caminho percorrido.

Tudo bem, isso soa meio clichê. Mas é assim que vejo a vida. Amo desfrutar cada momento, junto com as pessoas que amo! Mas para isso, é preciso ter equilíbrio e responsabilidade, duas palavras importantes.

Dicas finais e conclusão

Antes de me despedir, peço que pense nisso também:

  • A vida é complexa, e são muitas esferas que precisam ser bem administradas para que tudo vá bem. Ainda que você seja bom em multiplicar seu dinheiro, suas emoções poderão te trair. Então, fique atento.
  • Para você que ainda não adota a educação financeira como um estilo de vida, pense em mudar isso antes que as coisas piorem.
  • O dinheiro é um instrumento, que se for bem utilizado, poderá melhorar bastante a sua qualidade de vida (e também de sua família).
  • Seja autêntico e entenda que você é o responsável pelos seus resultados (sejam eles bons ou ruins).
  • Não se prenda ao que os outros pensam de você. Já é bem trabalhoso administrarmos nossas próprias expectativas.
  • Não paute sua vida pela vida de outras pessoas. Aprenda com elas, respeite seu momento, e lembre-se destas outras duas palavras importantes: paciência e disciplina.

Espero que este texto tenha sido útil. Um grande abraço e até a próxima!

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