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Visão de que o BRICs é um bloco anti-ocidental cresce com expansão e Rússia em guerra

O temor vem em meio ao crescente uso do BRICs em falas anti-ocidentais ou do uso de uma alternativa ao dólar nas transações comerciais

por Redação Dinheirama
3 min leitura
Brics

O grupo BRICs – formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – não é antiocidente, disse uma autoridade do Ministério das Relações Exteriores da China nesta quinta-feira.

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“Não nos envolvemos em confrontos de campos”, disse Li Kexin, diretor-geral do Departamento de Assuntos Econômicos Internacionais do Ministério das Relações Exteriores da China.

A necessidade da fala vem em meio ao crescente uso do BRICs em falas anti-ocidentais ou da criação de uma alternativa ao dólar nas transações comerciais entre os países do bloco e dos novos entrantes.

O Brasil, por exemplo, apresentou à Argentina uma proposta para assegurar garantias em iuanes chineses às exportações brasileiras para o país vizinho, em uma iniciativa envolvendo o Banco do Brasil, disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta quarta-feira.

Além disso, o presidente Lula também disse que o bloco criou um grupo de trabalho para estudar a adoção de uma moeda de referência para as transações entre os países do bloco, medida que vem sendo defendida com frequência pelo presidente brasileiro.

“Neste mundo em transição, o Brics nos oferece uma fonte de soluções criativas para os desafios que enfrentamos. A relevância do Brics é confirmada pelo interesse crescente que outros países demonstram de adesão ao agrupamento. Entre os vários resultados da cúpula de hoje, ressalto a ampliação do Brics, com a inclusão de novos membros”, disse.

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O BRICs, já formados por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, convidaram a Argentina, Arábia Saudita, Irã, Etiópia, Egito e Emirados Árabes Unidos, durante reunião do grupo na África do Sul esta semana.

EUA

Os Estados Unidos precisaram vir a público para ressaltarn que não veem o bloco se transformando num rival geopolítico dos EUA ou de qualquer outro país, disse o assessor de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, nesta terça-feira.

“Este é um conjunto muito diversificado de países… com diferenças de visão sobre questões críticas”, disse ele em entrevista coletiva.

Rússia

Mais cedo, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse que não há sinais de que o Ocidente está cumprindo sua parte no acordo de grãos do Mar Negro, que afeta a Rússia.

As suas declarações, contudo, foram realizadas em um ambiente de encontro dos BRICs, o que tem elevado o sentimento global de uma posição anti-ocidente do bloco.

Lavrov acrescentou que se reunirá com o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, ainda nesta quinta-feira, para discutir o acordo.

O presidente russo, Vladimir Putin, aproveitou um discurso em do BRICs nesta quarta-feira para defender a guerra da Rússia na Ucrânia e elogiar o grupo como um contrapeso ao domínio global dos Estados Unidos.

Putin falava num fórum de países que se abstiveram de condenar as ações da Rússia na Ucrânia. Os BRICs assumiram uma importância adicional para Moscou, à medida que procura atenuar as sanções ocidentais, impulsionando o comércio com a Ásia, a África e a América Latina.

O fortalecimento do BRICs faz parte da visão da Rússia de minar o domínio dos EUA e construir o que Putin, no seu discurso, chamou de “uma ordem mundial multipolar”.

Arábia Saudita

O ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita disse à TV Al Arabiya nesta quinta-feira que o reino aprecia o convite dos BRICs para se juntar ao grupo, estudará os detalhes antes da data proposta de adesão em 1º de janeiro e tomará “a decisão apropriada”.

O príncipe Faisal bin Frahan disse que os BRICs são “um canal benéfico e importante” para fortalecer a cooperação econômica.

Argentina

Um “novo cenário” se abre para a Argentina com o convite ao país sul-americano para se juntar ao grupo Brics de nações em desenvolvimento, disse o presidente Alberto Fernández nesta quinta-feira.

Fernández acrescentou que a adesão ao bloco será uma “grande oportunidade” para fortalecer o país, que passa por crise econômica com uma moeda enfraquecida, reservas estrangeiras esgotadas e uma inflação em espiral.

A candidata presidencial da coalizão conservadora da Argentina, Patricia Bullrich, por sua vez disse nesta quinta-feira que se opõe à adesão de seu país ao BRICs, após o grupo anunciar no início do dia um convite formal ao país sul-americano.

Bullrich é ex-ministra da Segurança e candidata da oposição conservadora para as eleições de outubro.

(Com Reuters)

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