As ações da Weg (WEGE3) não tiveram um desempenho positivo em 2023 e, em 12 meses, a queda chega a aproximadamente 8%, enquanto o Ibovespa (IBOV) ganha perto de 17%.
A empresa é bem avaliada pelos analistas, porém o preço dos ativos é visto como caro e negociado com um prêmio na comparação com as companhias correlatas no exterior.
O Itaú BBA, em busca de sinais sobre o comportamento da empresa e das ações em 2024, faz um acompanhamento mensal de indicadores que podem antecipar a tendência de 70% das receitas e 60% dos custos da Weg.
Os analistas Daniel Gasparete, Gabriel Rezende e Luiz Capistrano descrevem que o desempenho das commodities e os dados da Comex (Secretaria de Comércio Exterior) apontam para um quarto trimestre de 2023, nada animador ou mesmo negativo em termos de receitas e margens.
“Além disso, notamos a valorização de 6% ano a ano do real em relação ao dólar no último trimestre (+2% na passagem trimestral), uma tendência desfavorável para as exportações. Assim, mantemos nossa visão cautelosa sobre a empresa”, destacam.
Desempenho das ações da Weg na comparação com o Ibovespa em 12 meses
Ativos caros
Segundo Gasparete, Rezende e Capistrano, a queda das taxas de juros nos mercados externos desencadeou um desempenho positivo para WEG, ABB e Siemens a partir do final de outubro.
Enquanto isso, o consenso final para os lucros de 2024 para a WEG não mudou no mês passado (permanece 11% acima das estimativas do Itaú BBA), apesar dos sinais de crescimento mais lento no futuro, juntamente com margens em queda, taxas de impostos mais altas (dadas as mudanças nos preços de transferência) e a consolidação da Regal Rexnord que ocorrerá no segundo trimestre.
“Assim, as ações continuam a ser negociadas com um prêmio substancial de 60% em relação aos pares globais e 50% em relação aos nomes locais de alta qualidade, a 31 vezes o preço sobre o lucro (P/L) para 2024”, concluem.