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Devo Investir em um Fundo de Investimento Conservador?

por Conrado Navarro
3 min leitura
Devo Investir em um Fundo de Investimento Conservador?

Fundos de investimentos têm a vantagem de oferecer rentabilidade diária, algo que a poupança, por exemplo, não tem. Na prática, isso significa que os valores das cotas dos fundos são atualizados todos os dias, enquanto na caderneta é preciso esperar o “aniversário” de 30 dias do valor investido para ver alguma correção.

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Aliás, essa coisa de a poupança fazer aniversário não é tão conhecida pelas pessoas. Você sabe como isso funciona? Já publicamos um artigo mostrando essa realidade – clique aqui para entender melhor a regra de aniversário da poupança.

O que é um fundo de investimento conservador?

Como o próprio nome já diz, um fundo de investimento conservador é um fundo ideal para aqueles investidores mais avessos ao risco, ou seja, que desejam um retorno previsível e sem oscilações. O interesse principal de quem investe em um fundo conservador é receber retornos positivos sempre, ainda que eles sejam pequenos.

A classe de ativos escolhida pelos gestores de fundos conservadores é a Renda Fixa, que oferece opções de investimento com remuneração conhecida – os famosos juros -, seja prefixada ou pós-fixada. Esses gestores compram títulos públicos, privados, letras de crédito, dentre outras alternativas para compor a carteira do fundo.

Fundos conservadores hoje têm concorrência maior

Escolher um fundo de investimento conservador já foi uma tarefa mais simples. Primeiro, porque os juros mais elevados permitiam que a maioria dos fundos oferecesse retornos interessantes, muitos deles de dois dígitos. Segundo, porque os títulos comprados pelos gestores não eram acessíveis ao grande público.

De uns tempos pra cá, o cenário mudou. Há, por exemplo, a possibilidade de o investidor pessoa física comprar e vender títulos públicos diretamente, através do Tesouro Direto. Além disso, opções como Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito do Agronegócio), bem como CDBs com rentabilidades mais elevadas, estão disponíveis a partir de aportes relativamente baixos.

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Isso sem contar nos períodos em que a caderneta de poupança “bateu” a rentabilidade de muitos fundos de renda fixa, uma situação bizarra que acabou forçando o governo a criar um “gatilho” para a rentabilidade da poupança em meados de 2012. Se quiser entender melhor essa história, clique aqui.

Antes de prosseguir, sugiro a leitura de alguns textos já publicados no Dinheirama para conhecer melhor o Tesouro Direto e outras alternativas (clique no texto de sua preferência para acessá-lo):

Como escolher um bom fundo conservador?

Aspectos como o relacionamento com o gerente bancário, a qualidade de seu atendimento e as facilidades oferecidas pela instituição onde se tem conta devem ser levados em conta na hora de decidir em que produto financeiro investir.

Isso significa que há excelentes alternativas de investimento fora dos tradicionais bancos de varejo, mas também dentro deles. Sim, existem fundos conservadores com bons rendimentos, mas é preciso insistência para encontrá-los – o ponto principal é ter mais informações e agir de forma mais interessada (e incisiva) na hora de avaliar com o gerente as opções disponíveis.

Alguns aspectos carecem de muita atenção nessa busca pelo fundo conservador ideal, a saber:

1. Taxa de Administração

A cobrança de uma taxa que incide sobre todo o patrimônio investido é justa na medida em que representa o “pagamento”, por parte do investidor, para que a instituição “cuide” de seus recursos. A taxa cobrada de cada cotista visa cobrir custos de administração do fundo e equipe envolvida na gestão do produto.

Acontece que no caso de fundos conservadores, o esforço de gestão necessário é consideravelmente menor, além do que o impacto da taxa no retorno real do produto costuma ser decisivo. Assim, enquanto investidores devemos buscar fundos conservadores com taxas de administração máxima de 1,5% – o ideal é 1% ou menos.

Taxas acima de 1,5% tornarão o fundo de renda fixa pouco competitivo em relação a produtos como LCI, LCA, Tesouro Direto e CDBs. Se você quiser entender melhor porque as taxas de administração variam de fundo para fundo, clique aqui e leia um texto sobre isso.

2. Rentabilidade

Uma pergunta bastante comum dos investidores mais conservadores diz respeito ao retorno esperado de suas aplicações. “Quanto de rentabilidade deve-se esperar ao investir em um fundo de renda fixa?”, é uma pergunta que ouço sempre.

Entra em cena uma palavra importante: benchmark. Em português claro, trata-se de uma referência de mercado para que o investidor possa acompanhar o desempenho do seu investimento. Funciona como uma régua, a partir da qual se avalia se o resultado da aplicação está conforme o esperado.

Para as aplicações conservadoras, o benchmark é geralmente o CDI. Portanto, sempre que for comparar fundos e aplicações de baixo risco, compare a rentabilidade eles, mas também em relação à evolução do CDI no mesmo período. Você também pode usar outros indicadores, como IMA (clique aqui e aprenda sobre ele).

3. Principal objetivo

Todo fundo de investimento precisa seguir algumas normas impostas pelas autoridades financeiras do país e práticas consentidas por autorregulação. Uma dessas regras diz respeito à disponibilidade de “Prospecto” e “Regulamento” para todo e qualquer fundo disponível. Nestes documentos estão descritas as estratégias do fundo, seus detalhes de operação e características de risco.

O propósito é buscar rentabilidade maior que um determinado benchmark (item anterior)? Ou o objetivo é sortear prêmios para os cotistas ao longo de um determinado período? O investidor deve buscar compreender o objetivo principal do fundo e decidir-se depois de avaliar se ele está de acordo com as suas expectativas.

Confesso que ler um prospecto ou regulamento não é exatamente uma tarefa simples. Mas, pensando justamente nisso, escrevi dois artigos que detalham passo a passo essa tarefa (clique abaixo):

Conclusão

A boa notícia é que existem fundos de investimentos conservadores bastante acessíveis (aportes iniciais baixos) e também com taxas de administração interessantes (preferencialmente 1%), seja no varejo tradicional ou em butiques de investimento, basta procurá-los com mais atenção e determinação.

A má notícia é que ainda é grande o número de fundos conservadores que cobram taxas de administração elevadas e são associados a sorteios, e que acabam empurrados para os investidores sem que estes conheçam seus detalhes.

E há a notícia excelente: podemos investir diretamente em títulos públicos (Tesouro Direto), privados (CDB) e letras (LCI e LCA), além de debêntures e outras opções conservadoras, a partir de baixos valores, com total segurança e do conforto de nossa casa (através da Internet).

O que vai ser? Esqueça essa de certo ou errado. A decisão passa por estudar e aprender sobre as diferentes alternativas e aprofundar-se na discussão em torno de suas características e quanto elas aderem ao seu perfil. Tempo, disponibilidade, comodidade, rentabilidade e valor a ser investido precisam ser levados em conta.

Torço para que o artigo colabore com a sua educação financeira e permita que você escolha melhor seus investimentos. Deixe sua opinião no espaço de comentários abaixo. Obrigado e até a próxima.

Foto “Investment charts”, Shutterstock.

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