O dólar (USDBRL) caía frente ao real nesta segunda-feira, com investidores ajustando posições após salto acentuado da moeda na semana passada, conforme o mercado aguardava dados de inflação dos Estados Unidos e ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.
O dólar caía frente ao real nesta segunda-feira, com investidores ajustando posições após salto acentuado da moeda na semana passada, conforme o mercado aguardava dados de inflação dos Estados Unidos e ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.
Às 9h50 (de Brasília), o dólar à vista caía 0,46%, a 5,1340 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,46%, a 5,150 reais.
Participantes do mercado disseram que é natural que haja um ajuste para baixo no preço do dólar depois de movimentos acentuados recentes.
Na última sessão, o dólar à vista fechou o dia cotado a 5,1578 reais na venda, em alta de 0,28%, e encerrou a semana com salto acumulado de 1,75%, após uma decisão muito dividida pela desaceleração do ritmo de corte da Selic na última quarta-feira.
O Banco Central optou na semana passada por fazer um corte de 0,25 ponto percentual na taxa Selic, para 10,50% ao ano.
A decisão foi tomada por 5 votos a 4, com todos os diretores indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendendo flexibilização mais intensa dos juros, de 0,50 ponto.
O presidente do BC, Roberto Campos Neto, teve o voto de Minerva que definiu o ritmo mais lento.
“O que gerou apreensão entre os investidores foi o placar dividido… o que foi interpretado como uma antecipação de uma política monetária mais expansionista a partir do final de 2024, quando a composição do Comitê terá maioria de membros indicados pelo atual governo”, disse José Márcio Camargo, economista-chefe da Genial Investimentos.
“Apesar da divisão dos votos, o comunicado foi aprovado de forma unânime pelos diretores, deixando para a ata o trabalho de explicitar a origem da dissidência.”
O BC divulgará a ata de seu último encontro de política monetária na terça-feira, antes da abertura dos mercados.
Enquanto isso, no exterior, a expectativa fica por dados de inflação dos Estados Unidos na quarta-feira, que podem definir as expectativas para cortes de juros no país.
O núcleo do índice de preços ao consumidor deve ter subido 0,3% em abril sobre o mês anterior e 3,6% na base anual, de acordo com estimativas de economistas consultados pela Reuters.
A semana também trará leituras de preços ao produtor e dados de vendas no varejo dos EUA, bem como falas de dirigentes do Federal Reserve, num momento de grande atenção dos mercados a qualquer pista sobre quando será o primeiro ajuste na política monetária norte-americana.
Atualmente, expectativas implícitas no mercado futuro de juros sugerem que o Fed fará seu primeiro corte em setembro.
Num geral, quanto mais o Federal Reserve cortar os juros e quanto menos o BC afrouxar a política monetária local, melhor para o real.
Isso porque, quanto maior o diferencial de juros entre Brasil e EUA, mais interessante fica a moeda doméstica para uso em estratégias de “carry trade”, em que investidores tomam empréstimo em país de taxas baixas e aplicam esse dinheiro em mercado mais rentável.