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Fofoqueiro? Haddad acusa CEO do Santander após reunião

Ministro esteve em um encontro com o Santander, Bradesco Asset, Itaú Asset, Ibiúna Investimentos e Verde Asset

por Reuters
3 min leitura
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reclamou de “quebra de protocolo” em reunião privada com executivos de banco e gestores de investimento, afirmando que declarações suas sobre chance de contingenciamento orçamentário foram mal interpretadas e replicadas de forma irresponsável.

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Segundo Haddad, ao ser questionado sobre o assunto por um dos executivos presentes em reunião mais cedo nesta sexta, ele respondeu que haveria a possibilidade do contingenciamento, pela própria dinâmica do arcabouço fiscal.

Questionado sobre interpretação que circulou no mercado de que o ministro teria indicado na conversa um abandono do arcabouço fiscal, Haddad disse que “isso é uma irresponsabilidade”, argumentando que a versão vazada foi o oposto do que ele afirmou no encontro.

“Aquilo que não foi dito”

“Você não pode utilizar reunião fechada para depois vender para o mercado aquilo que não foi dito”, disse Haddad.

Segundo a agenda de Haddad, ele se reuniu com o CEO do Santander Brasil (SANB11), Mario Leão, e vários outros executivos do banco e de gestoras de ativos, como Bradesco Asset, Itaú Asset, Ibiúna Investimentos e Verde Asset.

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad: em sua mais recente reavaliação das receitas e despesas orçamentárias do ano, em maio, o governo piorou sua projeção de déficit fiscal para 2024 (Diogo Zacarias/MF)

Haddad sugeriu que os jornalistas procurassem o CEO do Santander, frisando que foi “muito grave o que aconteceu”. O Santander não respondeu imediatamente a um pedido de comentário da Reuters.

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Mais cedo na coletiva de imprensa, Haddad já havia respondido à pergunta sobre a possibilidade de contingenciamento, afirmando que isso poderia eventualmente ocorrer para assegurar o cumprimento das regras fiscais.

“Pode acontecer de ter que ter contingenciamento”, disse Haddad. “Você tem um marco fiscal, você tem que respeitar. Se você ultrapassar o limite estabelecido no marco fiscal, você tem que ter contingenciamento.”

Em seguida, diante de ruídos no mercado em torno de suas falas durante a reunião fechada, Haddad voltou a falar com alguns jornalistas sobre a conversa com os executivos.

Em sua mais recente reavaliação das receitas e despesas orçamentárias do ano, em maio, o governo piorou sua projeção de déficit fiscal para 2024 — a 14,5 bilhões de reais — mas o dado seguiu dentro da margem de tolerância estabelecida pelo arcabouço fiscal, o que evitou a necessidade de contingenciamento.

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