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Lula apoiou Bets ao dizer que “pobre não gasta em jogos”

“Houve um tempo em que esse discurso sobre jogos de azar tinha alguma verdade", disse o presidente há apenas três meses

por Gustavo Kahil
3 min leitura
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante visita à nova unidade da AeC em João Pessoa, seguida de encontro com jovens trabalhadores da empresa, na sede da AeC

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstrou preocupação, nesta terça-feira (24) com a regulação de jogos de azar e bets no Brasil e disse que pessoas pobres estão se endividando em apostas online. Contudo, em junho, ele defendia a aprovação dos cassinos: “Eu não acredito no discurso de que ‘se tiver cassino o pobre vai gastar tudo que tem”.

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“Houve um tempo em que esse discurso sobre jogos de azar tinha alguma verdade. De todos os jogos que acontecem, eu sempre achei que o jogo do bicho era o jogo que mais distribuía a dinheiro, porque o cara ganha R$ 50, R$ 40, R$ 30. Isso é considerado contravenção, é proibido. Jogar baralho, jogar poker, apostar dinheiro é proibido, fazer cassino é proibido. Mas é jogatina que você tem hoje na televisão, no esporte? Criança com celular na mão, fazendo aposta o dia inteiro. Quem é que segura isso?”, questionou.

“O pobre não vai no cassino, o pobre vai trabalhar no cassino, ele pode até ver a sua cidade se desenvolver, mas ele não vai porque o cassino é uma coisa pra gente que tem dinheiro”, acrescentou o presidente.

Bolsa Bets

Dados do Banco Central publicados nesta semana revelaram que parte dos recursos dos programas sociais está indo parar nas casas de apostas. Segundo nota técnica, os beneficiários do Bolsa Família gastaram R$ 3 bilhões em bets (empresas de apostas eletrônicas) via Pix em agosto.

Segundo a análise técnica do BC, cerca de 5 milhões de beneficiários de um total aproximado de 20 milhões fizeram apostas via Pix. O gasto médio ficou em R$ 100. Dos 5 milhões de apostadores, 70% são chefes de família e enviaram, apenas em agosto, R$ 2 bilhões às bets (67% do total de R$ 3 bilhões).

Agora, Lula parece mais cauteloso sobre o assunto.

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“O que estamos vendo num país como o Brasil é um jogo de aposta. O Brasil sempre foi contra o cassino, qualquer tipo de jogo de azar. Hoje, através de um celular, o jogo está dentro da casa da família, da sala”, afirmou o petista nesta semana em Nova York.

Na avaliação do chefe do Executivo, caso não haja regulação, “vamos ter cassinos funcionando dentro da cozinha de cada casa”. “Estamos percebendo no Brasil o endividamento das pessoas mais pobres tentando ganhar dinheiro fazendo apostas”, disse.

Defesa dos cassinos

Apesar do seu discurso, o governo Lula continua a defender os cassinos no Brasil.

Durante a abertura do Salão do Turismo, em 9 de agosto, o vice-presidente Geraldo Alckmin destacou uma das medidas que considera importante para o turismo: a legalização dos cassinos. O projeto de lei (PL) 2.234/2022, que trata da exploração de jogos e apostas no país, como cassino, bingo e jogo do bicho, está em debate no Senado Federal.

“Quero deixar a minha opinião pessoal, que já dei lá atrás, quando fui candidato a presidente. Sou totalmente favorável. Las Vegas, nos Estados Unidos, começou com cassino. E hoje as pessoas vão lá e tem entretenimento, show, música, economia criativa. Eu dou todo apoio ao setor que distribui renda e emprega muita gente”, disse o vice-presidente.

(Com Agência Câmara e Agência Brasil)

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