A análise do Goldman Sachs, divulgada nesta segunda-feira (28), traz uma leitura aprofundada sobre os resultados das eleições municipais brasileiras, que, segundo os analistas Alberto Ramos, Sergio Armella, Santiago Tellez e Jorge Moscoso, oferecem uma projeção significativa da composição do próximo Congresso.
Nexus: esquerda perde força; centro e direita crescem nas eleições
A eleição municipal, ocorrida em duas etapas nos dias 6 e 27 de outubro, registrou uma alta taxa de reeleição e um fortalecimento de partidos de centro-direita e direita, destacando uma tendência conservadora que deve influenciar o perfil das cadeiras legislativas a serem disputadas em 2026.
Um ponto central da análise é a alta taxa de reeleição dos prefeitos brasileiros, acima de 80%, atribuída à boa avaliação dos incumbentes devido ao desempenho fiscal positivo em várias cidades. Entre as 26 capitais estaduais, 10 prefeitos foram reeleitos ainda no primeiro turno, enquanto outros 6 conquistaram a vitória no segundo turno.
Esse índice reflete uma avaliação de estabilidade e continuidade nas gestões locais, fortalecendo a base política de centro-direita, que detém a maioria das cadeiras municipais.
Alianças de direita
Os resultados em algumas capitais, como São Paulo, Belo Horizonte, Goiânia e Fortaleza, ilustram a força das alianças políticas de direita.
Em São Paulo, o prefeito Ricardo Nunes (MDB), apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e pelo governador Tarcísio de Freitas, obteve uma vitória expressiva com 59,4% dos votos contra Guilherme Boulos (PSOL), candidato de esquerda apoiado pelo presidente Lula. Já em Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD) garantiu 53,7% dos votos, superando Bruno Engler (PL).
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Em Goiânia, Sandro Mabel (União Brasil), com apoio do governador Ronaldo Caiado, venceu Fred Rodrigues (PL). Em Fortaleza, único triunfo do PT nas capitais, Evandro Leitão conquistou uma vitória apertada com 50,4% contra 49,6% do adversário André Fernandes (PL).
De acordo com o Goldman Sachs, o domínio dos partidos de centro-direita sobre os cargos municipais segue a tendência dos últimos anos e projeta uma predominância conservadora nas esferas legislativas. E
Entre os principais partidos, o PSD e o MDB emergiram como os maiores no controle de capitais, enquanto o PL de Bolsonaro manteve-se em uma posição de destaque, especialmente nas grandes cidades. Com um desempenho robusto na primeira fase, o partido de Bolsonaro teve um resultado mais modesto nos segundos turnos, mas ainda assim consolidou-se como a quinta maior legenda em número de prefeituras.
PT ficou menor nas capitais
Já o Partido dos Trabalhadores (PT), do presidente Lula, teve uma performance inferior em comparação aos partidos de centro-direita. Apesar de um leve avanço em relação a 2020, o partido não venceu nenhuma capital no primeiro turno e conquistou apenas uma vitória nas quatro capitais em que disputou o segundo turno. Com isso, o PT ficou na nona posição em número de prefeituras e na sétima em termos de população governada, sinalizando um enfraquecimento que pode repercutir em sua base legislativa futura.
A análise destaca que, enquanto as eleições municipais brasileiras geralmente não representam um sinal direto para as eleições presidenciais de 2026, elas exercem um papel mais preditivo sobre a formação do próximo Congresso.
O fortalecimento dos partidos de centro-direita e direita indica uma potencial composição mais conservadora para a Câmara dos Deputados e o Senado Federal. Isso sugere que o governo do presidente Lula pode enfrentar desafios maiores na composição de alianças e negociações para governabilidade, especialmente se essa configuração conservadora se confirmar em 2026.