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Renegociar o aluguel: como agir para aliviar o orçamento

por Conrado Navarro
3 min leitura
Renegociar aluguel: como agir para ajustar o orçamento - banco imobiliário

Renegociar o aluguel pode diminuir bastante as despesas fixas do orçamento. Confira dicas.

Renegociar o aluguel tem sido um expediente comum ao longo dos meses de pandemia, segundo uma análise feita pela Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo (AABIC). Pelo menos um em cada cinco aluguéis residenciais foram renegociados no estado.

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Os dados apontam para descontos no aluguel que variam entre 10% e 50%, por períodos de três meses. Renegociar o aluguel neste momento de incerteza é uma saída inteligente para amenizar o impacto no orçamento familiar, mas é preciso planejamento para recolocar a vida no lugar depois.

Na maioria dos casos de renegociação, os descontos aplicados são de caráter temporário e deverão ser repostos em parcelas dos próximos meses. Melhor pagar menos durante alguns meses para depois pagar mais do que ficar inadimplente, a lógica é simples e funciona.

Inadimplência que já se aproxima de 3% do total de contratos de locação, um número que é bem maior que a média de 1,8% vista antes da crise chegar. Se considerarmos que a situação começou e março e muitos inquilinos renegociaram o aluguel a partir de abril, por três meses, o que vem a seguir?

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Renegociar o aluguel: bom para os donos e inquilinos

Para o dono de imóvel vazio, a crise significa mais despesas fixas. Na prática, pode ser muito mais caro manter um imóvel vazio que oferecer um desconto para mantê-lo alugado por algum tempo a um valor abaixo do inicialmente acordado em contrato.

Os três primeiros meses de desconto, negociados na maior parte dos contratos, acabou. Faz sentido solicitar mais algum tempo em condições semelhantes? Sem dúvida. Para os proprietários, vale a pena? Com certeza!

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Dados do Sindicato da Habitação de São Paulo, Secovi, mostram que há desaceleração no mercado de aluguéis, algo absolutamente normal diante do cenário em que vivemos. Segundo a pesquisa mensal, o tempo entre um contrato e outro para apartamentos ficou entre 27 e 57 dias na cidade de São Paulo. No mesmo período de 2019, esse tempo variava entre 24 e 49 dias.

Para as casas, o tempo de espera por novos inquilinos aumentou de 18 a 43 dias no ano passado para 20 a 53 dias em abril de 2020. Não há como fugir da realidade de renegociar o aluguel como parte de uma estratégia para reduzir despesas. Donos e inquilinos precisarão se acertar neste processo.

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Renegociar o aluguel: bom senso e foco na continuidade

Além de renegociar o aluguel de forma temporária, como já vem sendo feito, pode ser que o reajuste dos contratos seja igualmente reavaliado. O indicador de inflação usado nos reajustes de aluguéis costuma ser o IGP-M, que passou de 7% nos últimos 12 meses.

O bom senso precisa cumprir seu papel, com o inquilino sendo o mais verdadeiro e transparente possível com o proprietário, de forma que suas condições possam ser apresentadas sem exageros ou apenas intenção de levar vantagem.

Do lado do proprietário, é fundamental compreender que a continuidade da renda é mais importante que seu total, pelo menos durante esta fase. Isso porque esvaziar o imóvel e correr o risco de ficar meses sem conseguir um novo inquilino pode custar mais caro que o desconto e eventual reajuste menor.

Na minha visão, devem ser evitados confrontos e contendas jurídicas, até porque com as restrições impostas pela situação de pandemia, isso tende a acirrar os ânimos e atrasar um eventual acordo em relação ao contrato.

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Renegociar o aluguel: é bom agir antes de o orçamento estourar

Se a renda já caiu, alguns meses de aluguel já foram negociados e a situação não parece melhorar, é importante que você lide com essa realidade de forma adulta e responsável. Talvez faça sentido solicitar mais desconto, por mais tempo, mas talvez seja o caso de rever o tipo de imóvel em que vive.

Do lado de quem aluga, é fundamental manter um diálogo muito franco com o dono ou imobiliária. Cancelar um contrato vigente não costuma ser uma boa alternativa, já que envolve multa e gastos não planejados para devolver o imóvel às pressas com as condições acordadas no documento.

Considerando que 70% dos proprietários de imóveis tem um ou dois imóveis, no máximo, é fácil perceber como estes investimentos são importantes geradores de renda para suas famílias. É muito melhor aceitar um valor mais baixo pago no aluguel do que interrompê-lo em meio a esta situação.

Conversem. Dialoguem de forma aberta e verdadeira. Talvez a ajuda de uma imobiliária ou corretor de imóveis seja interessante para apresentar dados complementares sobre a situação vivida no mercado. Estatísticas sobre renegociação, vacância, valores, tudo isso pode ser útil para o acordo temporário e desenho das novas condições.

Cabe lembrar que mesmo nos casos em que não há um contrato formalizado por escrito, os locatários têm os direitos assegurados por lei. Para casos assim, o momento talvez seja ideal para tratar as coisas de forma mais profissional, com contrato assinado entre as partes – inclusive com os novos termos e descontos temporários e como eles serão pagos depois.

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Conclusão

Renegociar o aluguel é uma saída interessante para reduzir despesas e precisa ser considerada por inquilinos que tenham sofrido queda na renda. Os termos, o prazo, o desconto e como ele será compensado são temas que devem ser francamente discutidos e alinhados com o proprietário, com paciência e bom senso.

A decisão de oferecer desconto pode ser benéfica também para o dono, principalmente levando em conta o atual momento econômico do país e o agravamento da crise neste sentido. Outra tendência que pesa neste sentido é a saída de muitos moradores dos grandes centros, buscando cidades menores.

Aqueles que conseguirem ajustar um valor confortável (para pagar e como fonte de renda) certamente atravessarão este momento com mais tranquilidade, e este deve ser o objetivo de uma negociação inteligente.

Foto: Pixabay.

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