Home Economia e Política Taxas futuras de juros sobem impulsionadas por ata do Copom e IPCA-15

Taxas futuras de juros sobem impulsionadas por ata do Copom e IPCA-15

No fim da tarde a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 9,93%, ante 9,887% do ajuste anterior

por Reuters
0 comentário
Banco Central (Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

As taxas dos DIs fecharam a terça-feira em alta no Brasil, após a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reforçar a possibilidade de corte menor de juros em junho e a inflação do IPCA-15 ficar acima do esperado em março, com os rendimentos dos Treasuries também dando certo suporte mais cedo.

No fim da tarde a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 9,93%, ante 9,887% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2026 estava em 9,875%, ante 9,813% do ajuste anterior.

Já a taxa para janeiro de 2027 estava em 10,115%, ante 10,051%, enquanto a taxa para janeiro de 2028 estava em 10,4%, ante 10,35%. O contrato para janeiro de 2029 marcava 10,595%, ante 10,551%.

No início do dia, a ata do Copom indicou que alguns membros do colegiado avaliam que pode ser necessário reduzir o ritmo de cortes da taxa básica Selic, hoje em 10,75% ao ano.

O documento apontou maior preocupação com uma possível pressão de salários sobre os preços e citou maior incerteza sobre o ambiente externo.

“Alguns membros argumentaram ainda que, se a incerteza prospectiva permanecer elevada no futuro, um ritmo mais lento de distensão monetária pode revelar-se apropriado, para qualquer taxa terminal que se deseje atingir”, informou o BC.

Na prática, a ata reforçou a leitura de que o Copom tende a reduzir novamente a Selic em 50 pontos-base em maio, podendo diminuir o ritmo de cortes para 25 pontos-base em junho.

“A ata trouxe um teor mais hawk (duro com a inflação), principalmente na parte de avaliação de cenário, reforçando a ideia de que, apesar de a trajetória ser de queda de inflação, o mix piorou um pouco”, comentou o economista-chefe do banco Bmg, Flavio Serrano, citando a piora nos preços de serviços e o mercado de trabalho apertado. “O BC preferiu não se comprometer com novo corte de 50 pontos-base na reunião de junho”, acrescentou.

Esta avaliação foi reforçada pelo resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), também divulgado pela manhã.

(Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
(Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

O indicador desacelerou a alta de 0,78% em fevereiro para 0,36% em março, mas o resultado deste mês ficou acima da expectativa de 0,32% do mercado, conforme pesquisa da Reuters.

“As médias móveis dos núcleos e preços livres (…) começam a embicar para baixo. Mas serviços ainda incomodam”, pontuou o diretor da consultoria Wagner Investimentos, José Faria Júnior, em comentário enviado a clientes.

Neste cenário, as taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) tiveram ganhos firmes durante a sessão, com o contrato para janeiro de 2027 chegando a subir cerca de 10 pontos-base no pico do dia, às 12h57.

O exterior contribuiu para o movimento, em especial pela manhã. Na esteira de alguns dados econômicos robustos nos EUA, os rendimentos dos Treasuries sustentaram ganhos na primeira metade dos negócios, o que também ajudou a impulsionar as taxas dos DIs com prazos mais longos.

As encomendas de bens duráveis itens destinados a durar três anos ou mais, que variam de torradeiras a aviões aumentaram 1,4% no mês passado nos EUA, acima do 1,1% projetado pelos economistas.

Internamente, destaque também para a divulgação durante a tarde do resultado primário do governo central de fevereiro, que indicou rombo de 58,4 bilhões de reais pior saldo para o mês da série histórica iniciada em 1997, conforme o Tesouro Nacional.

O rombo do mês, composto pelos resultados de Tesouro, Banco Central e Previdência Social, é 37,7% maior que o saldo negativo de 40,614 bilhões de reais observado no mesmo mês do ano passado, e refletiu uma antecipação de pagamentos de precatórios já programados para o ano.

Neste cenário, perto do fechamento a curva a termo brasileira precificava 91% de chances de o corte da taxa básica Selic em maio ser de 50 pontos-base, como vem sinalizando o BC.

No exterior, os rendimentos dos Treasuries haviam virado para o negativo em alguns vencimentos durante a tarde.

Às 16h37, o rendimento do Treasury de dez anos referência global para decisões de investimento caía 2 pontos base, a 4,234%.

Sobre Nós

O Dinheirama é o melhor portal de conteúdo para você que precisa aprender finanças, mas nunca teve facilidade com os números.  Saiba Mais

Mail Dinheirama

Faça parte da nossa rede “O Melhor do Dinheirama”

Redes Sociais

© 2023 Dinheirama. Todos os direitos reservados.

O Dinheirama preza a qualidade da informação e atesta a apuração de todo o conteúdo produzido por sua equipe, ressaltando, no entanto, que não faz qualquer tipo de recomendação de investimento, não se responsabilizando por perdas, danos (diretos, indiretos e incidentais), custos e lucros cessantes.

O portal www.dinheirama.com é de propriedade do Grupo Primo.