Home Economia e Política Vídeo: Campos Neto leva “puxão de orelha”, mas alerta para colapso caso rotativo não acabe

Vídeo: Campos Neto leva “puxão de orelha”, mas alerta para colapso caso rotativo não acabe

"Se nada for feito, e a gente começar a ter, vamos dizer assim, um colapso na indústria de cartão de crédito", explicou o presidente do BC

por Gustavo Kahil
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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, fez um alerta para um possível colapso da indústria de cartões de crédito, como resultado da inadimplência gerada pelos juros rotativos, com fortes consequências para o comércio.

As declarações foram feitas durante a quinta edição do Fórum de Gestão Empresarial realizado pela Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná (Faciap) na sexta-feira (veja o vídeo abaixo).

Na ocasião, Campos Neto disse que levou um “puxão de orelha”, sem dizer de quem, por ter revelado na quinta-feira, 10, no Senado, a possibilidade de acabar com essa modalidade de juros em até 90 dias e que seria substituído por um parcelamento com juros, por exemplo, de até 9% ao mês.

Segundo explicou, o problema no setor foi gerado ao longo dos anos por uma concessão muito grande de cartões para a população, e pelo parcelamento sem juros, que aparentemente não tem custo, mas que alguém sempre paga no fim.

“Então, quem sai do parcelamento sem juro entra no rotativo numa situação ruim. O rotativo começou a ter uma inadimplência alta, que fechou maio com 54%. Se você tem um produto com 54% de inadimplência você tem um problema no produto. Não conheço nemnhum outro país que tem uma inadimplência tão alta e um juro tão alto. Isso gera um ciclo vicioso”, explica.

Ele lembra que 40% das vendas no Brasil são feitas pelo cartão de crédito e que num país emergente normal isso é entre 10% e 15% e, nos EUA, é de 28%.

“A gente precisa achar um equilíbrio entre isso. É super difícil, porque obviamente o comércio precisa do parcelamento sem juros porque isso estimula as compras. De outro lado, se nada for feito, e a gente começar a ter, vamos dizer assim, um colapso na indústria de cartão de crédito, o que você vai ter é uma queda muito grande no comércio”, explicou,

“Eu tomei um puxão de orelha depois que eu falei, mas a gente deve ter nos próximos dias um formato mais decisivo. Lembrando que estamos fazendo isso junto com o ministério da Fazenda, que tem feito um trabalho muito bom, junto com os técnicos do Banco Central, com as associações interessadas, e os bancos”, concluiu.

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