O dia a dia corrido e a necessidade de organizar as finanças pessoais parecem entrar em conflito sempre que você pensa no próprio dinheiro?
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Manter as contas em dia e ainda poupar, seja para emergências ou para planos futuros, é um desafio para todos.
Não se trata de usar a melhor ferramenta do mundo ou de aprender sobre orçamento pessoal com o maior especialista.
Certamente, organizar a vida financeira é, antes de tudo, uma escolha pessoal. Passa por mudança de atitude, novos hábitos e paciência, muita paciência.
Nesse texto, vou compartilhar algumas dicas importantes para aprender a lidar com o seu orçamento de maneira simples e eficiente.
Como organizar as contas
Antes de oferecer 6 dicas de finanças para fazer sua contabilidade pessoal finalmente funcionar, precisamos falar sobre responsabilidade.
Organizar as contas é um dos passos para alcançar o sucesso financeiro e ter uma vida mais tranquila. Mas isso deve ser um compromisso diário.
Assim, antes de se aventurar pelas ferramentas e sugestões deste texto, seja sincero consigo. Avalie qual das afirmações abaixo mais se parece com o que você acredita hoje:
- Viver uma vida organizada depende de mim. Assim, para isso acontecer, tenho que organizar minhas contas, praticar o controle financeiro e aprender a guardar dinheiro;
- Quando eu estiver com um salário um pouco maior e com algumas coisas da minha vida pessoal resolvidas, vou pegar firme na questão do controle financeiro e do orçamento de casa.
Se você escolheu a resposta número 2, sugiro que leia este texto pelo menos duas vezes – e muitos outros sobre educação financeira que também estão disponíveis aqui neste site de forma gratuita.
Por outro lado, se você escolheu a primeira resposta, você já decidiu fazer o que precisa ser feito. Comece agora mesmo com as dicas que preparei.
6 dicas para organizar as finanças pessoais
Você decidiu tomar o controle sobre o seu dinheiro e está se perguntando: “como me organizar financeiramente de uma vez por todas?”.
Bom, a verdade é que é sempre desafiador oferecer dicas para ajudar as pessoas a construírem uma melhor situação financeira. Afinal de contas, há muita subjetividade na interpretação delas.
Sugiro que procure absorver o conceito retratado em cada dica e, só depois, pense em como colocá-la em prática. Lembre-se: antes de tudo, o seu plano financeiro precisa funcionar para você.
Se tem dificuldades em controlar os gastos, comece aos poucos. O importante é começar e progredir sempre. Vamos lá?
1. Conheça sua realidade financeira
Você realmente sabe qual é o valor que tem disponível para “viver a vida”? Aquele dinheiro que serve para o consumo de cada mês?
A pergunta parece óbvia, mas muita gente mantém o salário bruto na cabeça, quando o certo é sempre pensar no valor líquido disponível na conta.
Muitos benefícios são aproveitados, é verdade, mas eles são descontados do seu salário bruto. E tem outras questões a se levar em consideração, como impostos e contas fixas mensais.
Como ficam os gastos? Você sabe bem como e com o que gasta seu suado dinheirinho todo mês? Suponho que tenha uma ideia, mas não saiba em detalhes. Acertei?
Comece a anotar os gastos mensais e classifique-os de maneira organizada e fácil de compreender.
Sim, eu disse anotar todas as despesas pessoais! Só assim você vai conseguir organizar as finanças de fato.
Uma coisa interessante que vai acontecer à medida em que você começar a colocar os gastos mensais no caderno é que, na hora de registrar mais despesas, você vai se questionar quanto à importância do que tem comprado.
Assim, priorizar vai ser também uma nova etapa na sua vida. Mantenha essas três perguntas sempre em mente:
- O que é possível cortar?
- Qual gasto posso substituir e gastar menos?
- O que posso deixar para depois?
2. Acabe com as dívidas e crie limites
As dívidas criam uma relação de dependência que é muito perigosa. Elas fazem com que você se torne um escravo do dinheiro.
Muita gente acha que consegue comprar mais coisas no crédito como uma alternativa. No entanto, com mais e mais parcelas e financiamentos, fica fácil sair do controle.
Para isso não acontecer, aprenda a trabalhar com limites de gastos para cada tipo de despesa do orçamento.
Por exemplo, por que gastar mais de 10% da renda líquida mensal com orçamento? Ou 30% com moradia? Ajuste isso e atenha-se aos limites.
Sair do vermelho deve ser prioridade
No Brasil, viver endividado custa muito caro. As taxas de juros de dívidas são altas e deixar as contas acumularem pode gerar uma enorme bola de neve.
Por isso, se você tem contas atrasadas, o primeiro passo para organizar as finanças é quitá-las o mais rápido possível.
Liste todas as suas dívidas. Saiba quanto deve, quais os juros envolvidos e crie um plano de pagamento. Não deixe de renegociar o que for possível.
Se as contas a pagar forem muitas, comece pelas que têm maiores juros, são mais caras e mais antigas.
E, é claro: enquanto estiver pagando dívidas, nada de criar novas. Nem mesmo usar o cartão de crédito, ok?
3. Use menos o cartão de crédito
A comodidade do cartão de crédito contrasta com a possibilidade de endividamento que ele oferece para quem não controla o dinheiro direito.
A culpa não é do cartão. Ele sozinho não faz nada. Aliás, ele pode ser uma ferramenta interessante se usada adequadamente.
Agora, se você tem problemas com o endividamento no cartão de crédito, prefira usar mais a opção débito e a compra à vista. Simples assim.
Se não puder deixar de usá-lo, ao menos evite parcelar em muitas vezes as suas compras.
O parcelamento excessivo costuma causar confusão porque fica quase impossível lembrar tudo que vem sendo cobrado na fatura. Sem contar que muitos parcelamentos envolvem juros.
Lembre-se: ainda que você tenha um controle e/ou possa acessar online a fatura, o excesso de pagamentos pode complicar o seu fluxo de caixa.
Por fim, procure definir um limite adequado para o uso do cartão de crédito e pague a fatura sempre em dia e de forma integral.
Utilizando dessa forma, seu cartão de crédito pode render coisas positivas, como pontos que podem ser trocados por outros produtos. Além de melhorar o seu score no Serasa.
4. Faça um controle financeiro bem feito
A regra número um ao organizar as finanças pessoais é simples: gastar menos do que se ganha e guardar parte desta diferença.
Que ela é simples é verdade, mas está longe de ser algo fácil de fazer na prática. A habilidade de quem consegue fazer isso chama-se controle financeiro.
Isso mesmo: controle. Quem consegue viver um padrão de vida controlado vive assim porque conhece bem quanto ganha e como gasta seu dinheiro.
Por isso, para fazer um orçamento familiar adequado, você deve categorizar direito suas despesas e controlar todo mês o seu fluxo de caixa.
Uma dica legal é usar planilha de controle financeiro ou até mesmo algum App que faça essa organização – o App Grão tem um organizador super legal!
Gastou? Anote e registre. Recebeu seu salário ou um dinheiro extra? Coloque também no controle. Não confie na sua cabeça para tudo isso.
Gastos pequenos ou não, você deve cuidar de tudo com muito cuidado e carinho. Acima de tudo, o controle financeiro precisa ser uma prioridade.
Por fim, com o histórico, seu orçamento ficará mais claro e você poderá acompanhar a evolução dos gastos e planejar o futuro.
5. Não foque só em organizar as contas. Guarde dinheiro
Muita gente acha que guardar dinheiro é bobagem porque “só se vive uma vez”. No entanto, pensar assim é uma ingenuidade.
Investir é se preparar para consumir também no futuro, quando ele se transformar no presente. Afinal, todos vamos envelhecer e precisaremos de recursos.
Além disso, justamente porque “só se vive uma vez”, você vai querer realizar os seus sonhos, certo?
E, a não ser que você tenha nascido em berço de ouro, vai ter que juntar dinheiro se quiser comprar a casa própria, ter o carro que tanto deseja ou fazer aquela viagem inesquecível.
É por isso que guardar dinheiro não pode ser um sacrifício, uma coisa complicada e difícil. Guardar tem que ser uma escolha inteligente e valorizada por você e pela sua família.
Depois de organizar as contas, comece guardando 5% do que você ganha. Então, aumente de maneira gradativa, sem pressão e sem pressa. Mas comece, por favor.
Siga o roteiro mais simples:
- Crie uma reserva de emergência;
- Defina objetivos de curto prazo (até um ano) e guarde em aplicações conservadoras e de baixo risco para alcançá-los;
- Crie metas de médio prazo (entre 1 e 5 anos) e diversifique de maneira que aplique em produtos conservadores e moderados;
- Defina objetivos de longo prazo (acima de 5 anos) e escolha produtos financeiros que ofereçam maior retorno, mesmo com mais risco, enquanto mantém investimentos conservadores também feitos para os itens anteriores.
Por exemplo, se você quer fazer uma viagem daqui 2 anos, pense que você tem 48 meses para juntar o dinheiro.
Começando agora, você vai sonhando ao mesmo tempo em que separa recursos financeiros e os investe pensando na viagem.
Agindo assim, você não só será capaz de atingir seu objetivo, mas poderá realizá-lo sem se endividar. As lembranças serão as melhores possíveis dessa forma, não é mesmo?
6. Foco na reserva de emergência
Com o que aconteceu em 2020 e seus reflexos ainda em 2021 e adiante, a importância de uma reserva financeira ficou óbvia.
Sem ela, você pode até organizar as contas, mas tudo vai por água abaixo com a primeira despesa inesperada.
Mas, calma: com o planejamento adequado e decisões mais inteligentes, você terá dinheiro disponível para emergências.
Até porque, os imprevistos são parte da vida, mas passar dificuldades financeiras por conta deles não precisa ser.
Depois de organizar as finanças, comece a colocar dinheiro todos os meses em uma reserva de emergência.
O ideal é usar opções de investimento mais conservadoras e que tenham liquidez imediata.
Assim, se acontecer alguma coisa e você precisar desse dinheiro com urgência, não precisará se endividar fazendo empréstimos. Poderá resgatar os recursos de forma rápida e sem prejuízos.
Conclusão: organizar as contas é fundamental
Organizar as finanças pessoais deve ser uma escolha. E essa escolha pode se transformar em um hábito repleto de ferramentas e mudanças positivas.
Comece interpretando melhor sua relação com o dinheiro e só então passe a experimentar e adotar planilhas e aplicativos para fazer o controle das contas.
Tenha sempre em mente que manter-se menos endividado é a melhor saída para criar um orçamento mais saudável.
Além disso, guardar também vai tornar suas futuras decisões mais inteligentes. Boa sorte!