Home Economia e Política BC se compromete com “atuação firme” para reduzir expectativas de inflação, mostra ata

BC se compromete com “atuação firme” para reduzir expectativas de inflação, mostra ata

O Comitê seguiu avaliando que, entre as possibilidades que justificariam observarmos expectativas de inflação acima da meta estariam as preocupações no âmbito fiscal

por Reuters
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O BC decidiu na semana passada fazer um novo corte de 0,50 ponto percentual na Selic, a 12,75% ao ano

 O Banco Central avalia que a redução das expectativas para a inflação virá por meio de uma atuação firme, de acordo com a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) publicada nesta terça-feira, que também apontou uma divergência entre diretores da autoridade monetária em relação à dinâmica de preços, principalmente no setor de serviços.

“O Comitê seguiu avaliando que, entre as possibilidades que justificariam observarmos expectativas de inflação acima da meta estariam as preocupações no âmbito fiscal, receios com a desinflação global e a possível percepção, por parte de analistas, de que o Copom, ao longo do tempo, poderia se tornar mais leniente no combate à inflação”, apontou o documento.

“Desse modo, o Comitê avalia que a redução das expectativas virá por meio de uma atuação firme, em consonância com o objetivo de fortalecer a credibilidade e a reputação tanto das instituições como dos arcabouços econômicos”, acrescentou.

O BC decidiu na semana passada fazer um novo corte de 0,50 ponto percentual na Selic, a 12,75% ao ano, e afirmou que sua diretoria antevê reduções equivalentes nas próximas reuniões, em comunicado que voltou a incorporar alerta sobre a questão fiscal e apresentou projeções piores da autoridade monetária para a inflação.

De acordo com a ata, a elevação das projeções do BC para a inflação futura se justificou pela visão de que houve um aperto no hiato do produto — margem que a atividade do país tem para crescer até atingir sua capacidade máxima — e a mudança de fatores condicionantes para esse cálculo, como a elevação da cotação do petróleo, a depreciação cambial e a redução da percepção de mercado sobre a trajetória da Selic.

Na reunião da semana passada, segundo a ata, alguns diretores do BC se mostraram particularmente preocupados com a possibilidade de as metas de inflação ficarem desancoradas por um período longo.

“Alguns membros enfatizaram em particular a composição benigna recente da inflação e a queda na inflação de serviços, enquanto outros enfatizaram que os fundamentos subjacentes para a dinâmica da inflação de serviços, em particular a resiliência da atividade econômica e do mercado de trabalho, ainda não permitem extrapolar com convicção o comportamento benigno recente”, disse.

O documento apontou que a decisão de cortar a Selic em 0,50 ponto e manter esse ritmo nas próximas reuniões conjuga o firme compromisso com a reancoragem de expectativas e a dinâmica desinflacionária e, de outro lado, o ajuste no nível de aperto monetário em termos reais.

“Não há evidência de que esteja em curso um aperto além do que seria necessário para a convergência da inflação para a meta e que o cenário ainda inspira cautela”, disse, reafirmando ser pouco provável uma intensificação adicional do ritmo de ajustes, já que isso exigiria surpresas positivas substanciais.

A ata apontou que também foram mencionados na reunião do Copom os riscos, parcialmente incorporados no cenário de referência, relacionados ao fenômeno climático El Niño.

Segundo o documento, o Copom ainda reforçou a visão de que o esmorecimento no esforço de reformas estruturais, o aumento de crédito direcionado e as incertezas sobre a estabilização da dívida pública têm o potencial de elevar a taxa de juros neutra da economia, com impactos negativos sobre a potência da política monetária

Veja o documento

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