A taxa de aluguel das ações da Via (VIIA3), dona da Casas Bahia e Ponto Frio, decolou 29,5 pontos percentuais, a 96,1%, no período entre 25 de agosto a 8 de setembro. É o maior nível do Ibovespa, segundo dados coletados pela XP Investimentos.
Os números mostram que os investidores a descoberto estão correndo para alugar os papéis com a projeção de que eles caíam ainda mais no futuro, quando precisarem entregá-las.
O short interest, ou seja, o percentual das ações da Via que estão alugadas e vendidas a descoberto, está em 21,4%.
As ações da Mobly (MBLY3) estão na segunda posição das top 10 maiores taxas de aluguel, com 66.4%.
Várias das empresas do setor e varejo registraram aumentos significativos de seus níveis de short interest e taxa de aluguel, aponta a XP.
Assaí (ASAI3), com 41,1%, e Magazine Luiza (MGLU3) com 35,9%, também figuram na lista.
Nota da S&P
A Standard & Poor’s cortou nesta segunda-feira (11) a nota de crédito da Via, de brAA- para brA- em escala nacional. A perspectiva é negativa.
O novo rating veio após a Via divulgar os resultados do primeiro semestre de 2023 e um plano de transformação ousado.
A agência de classificação reconhece que o plano já começou a ser implementado e que ele pode trazer significativa melhora no desempenho operacional e estrutura de capital nos próximos anos.
O presidente da Via, Renato Horta Franklin, disse em agosto que espera capturar, a partir de dezembro, quase a totalidade dos benefícios de seu novo plano de negócios.
Ainda assim, até o momento, os números indicam que a Via não atingirá as métricas esperadas na avaliação mais recente.
A empresa apresentou margem Ebitda de 4,2% e dívida ajustada sobre Ebitda em torno de 10,5 vezes nos últimos 12 meses. A S&P projetava 9% e 4,5 vezes para 2023, respectivamente.
“A desalavancagem deve ser postergada em pelo menos mais um ano em razão do ambiente macroeconômico”, escreveu o analista Henrique Koch em um documento publicado no último dia 8 (veja abaixo).
A rede de varejo também contratou bancos para uma “potencial” oferta subsequente de ações que aspira levantar pelo menos R$ 1 bilhão.