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Os filhos, a família e o dinheiro!

por Ricardo Pereira
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Dinheirama - Viver a vida!Hoje vamos conversar mais um pouco sobre planejamento, futuro e família. Não necessariamente nessa ordem, porque o cerne do artigo será o planejamento e as mudanças quando um filho é a novidade da vez. Quem não conhece a história da gravidez que chega de surpresa e altera, muitas vezes para sempre, o planejamento e futuro das famílias envolvidas?

Pretendo mostrar o quanto um bom planejamento pode descomplicar a vida dos pais e garantir melhores oportunidades para o futuro do filho tão amado que chega. Gosto muito de citar o conselho comum de nossos pais, algo que ouvimos, mas nem sempre praticamos: “A preparação é tudo. Você precisa estar pronto para enfrentar os problemas da vida”.

Os cuidados pessoais
Quando o assunto é gravidez, não existe uma verdade mais clara: preparação é realmente algo fundamental. As ações normalmente mais importantes são: cuidar da futura mamãe e do bebê[bb]. Consultar o médico regularmente e tomar todas as precauções necessárias de um pré-natal eficiente também são ações fundamentais. Mas e os aspectos operacionais e financeiros?

Surge nossa primeira orientação: certifique-se que seu plano de saúde cobre as despesas obstetrícias. Nem todos os planos trazem essa cobertura, o que pode custar caro ao longo de uma gravidez bem acompanhada. O mesmo conselho vale para a inclusão de recém-nascidos nos planos, que costumam não aceitá-los se não notificados nos primeiros 30 dias a contar da data de nascimento.

Os cuidados financeiros
Sem dúvidas, a chegada do bebê é um momento de muita felicidade. Eu que o diga. Então surge a preocupação com o futuro. Perguntas e dúvidas sobre a capacidade de criar uma criança, orçamento familiar[bb] e mudança nos hábitos são uma constante. Os gastos e despesas tendem a crescer com o amor que nutrimos pelo filho(a) que chega.

O controle das finanças é essencial desde a primeira notícia de gravidez. Exatamente porque pensamos em proporcionar todo conforto possível à família, devemos sentar e discutir o orçamento familiar, as provisões, os investimentos e as eventuais necessidades de mudanças.

Algumas dicas simples:

  • Use o bom senso para escolher as peças de roupa para a criança;
  • Só reforme o quarto ou faça algo maior no cômodo se isso for realmente necessário;
  • Mantenha um controle separado para as despesas do casal com a chegada do filho, mas sempre lembrando-se de incluí-las nos controles gerais de orçamento da casa;
  • Pesquise os artigos com o melhor preço.

Não extrapole seu orçamento
Não economize no carinho e dedicação, mas cuidado com as despesas. Comprometer seu orçamento significa criar um forte empecilho para viver harmoniosamente as fases e o crescimento de seu filho(a). Lembre-se do que é realmente essencial e reorganize sua agenda.

As visitas aos cinemas com muita freqüência podem ser substituídas por uma corrida à locadora, a pipoca de casa se bem preparada fica sempre muito gostosa. Muitas atitudes simples podem gerar ótimas economias. É natural o ímpeto consumista aumentar. Cuidado. Para não cair na tentação, experimente usar menos o cartão de crédito e pagar mais à vista. Na alimentação da família, a mesma atenção. Opte pela qualidade, mas observe melhor os preços.

O futuro do bebê e seus primeiros passos
Novos desafios começam com a chegada da criança. É hora de pensar, mais do que nunca, em uma poupança (sentido mais amplo da palavra) capaz de garantir um futuro tranquilo ao novo herdeiro. Novas despesas aparecem: babá, escolinha, roupinhas, fraldas, produtos de higiene, vacinação etc.

Em média, o custo do primeiro ciclo da educação fundamental oscila entre R$ 600,00 e R$ 1.500,00 (incluindo mensalidade, material, uniformes, lanche, etc.). Pois é, o bebê cresce muito rápido. Poupar desde o inicio, mesmo que uma pequena parte de seu salário, facilita bastante o futuro da família.

Opções de investimento
São inúmeras as possibilidades para o futuro de seu filho, principalmente porque temos um aliado de peso jogando ao nosso lado: o tempo. Ele é capaz de proporcionar a criação de uma boa reserva financeira, garantindo que seu filho possa estudar nas melhores escolas e fazer uma boa faculdade, escolhendo o curso que realmente lhe interesse.

O tempo existe para todos, mas aproveitá-lo é uma decisão pessoal. Pensando no futuro do seu bebê, notamos variados produtos e alternativas de investimento[bb]:

  • Previdência Privada (PGBL ou VGBL): contribuições mensais que, em prazo estipulado, renderão em fundos de diversificadas estratégias. O PGBL ainda oferece possibilidade de abatimento na declaração do IR (até 12%) sobre o total de sua renda bruta. Se você faz a declaração anual de IR, do modelo completo, pode ser uma boa opção. O Dinheirama tem um artigo sobre PGBL e outro sobre VGBL.
  • Clubes de investimentos: Você sabia que muitos recém nascidos já participam de clubes de investimentos em ações? Que tal um clube onde a idade máxima é de 13 anos e o resgate só pode ser feito a partir dos 18? A revista Bovespa fala sobre isso. Os clubes de investimentos, ao longo dos anos, mostram-se uma excelente opção. Constituídos por 3 ou mais pessoas (até o limite de 150), com estatuto próprio e composição da carteira definida pelos participantes, conseguiram consagrar-se como excelente alternativa dentro do mercado de renda variável.
  • Caderneta de poupança: Nossos pais certamente usaram a caderneta de poupança quando pensavam em poupar algum valor para nosso futuro. Hoje em dia, com os juros mais baixos e as altas taxas de administração de alguns fundos, a caderneta de poupança retomou o fôlego. A não incidência de IR, tão comuns aos fundos e demais produtos financeiros e a liquidez são diferenciais interessante.

Todas as alternativas mostradas podem receber aportes adicionais, de outros membros da família que se preocupem com o futuro da criança. Imagine a festa de aniversário de 2 anos de sua filha: por que não presenteá-la com diversas cotas em um clube de investimento? Pense nisso!

Seguro de vida
Poucas vezes li algum artigo que mencionasse a importância de um seguro de vida. É claro, jamais esperamos o pior, mas estar preparado para esse imprevisto garante a continuidade do bem estar de sua família. Verifique com seu corretor se há, em sua apólice atual, alguma cobertura que garanta o futuro de seu filho. Se não há nada presente, esse é o momento de providenciá-la.

Será que R$ 20 por dia são suficientes para criar um filho? Pense nisso não como um valor fixo ou um chute de algum especialista. Pense na importância de dedicar-se ao planejamento financeiro que um filho exige. Não encontrei o nome do autor do texto, mas tomo a liberdade de reproduzi-lo, como forma de homenagem e admiração:

O Preço de um filho

São 20 reais por dia para:

  • Você ter o direito de dar nomes: o primeiro o do meio e o último:
  • Para você ter risadinha debaixo das cobertas todas às noites;
  • Para ter mais amor do que seu coração pode suportar.

O que você ganha por 20 reais por dia?

  • Beijos jogados no ar e abraços muito demorados;
  • Uma mão para segurar, normalmente, suja de geléia ou chocolates;
  • Um parceiro para fazer bolhas de sabão ou soltar pipas;
  • Alguém para fazer você rir como bobo, não importa o que seu chefe tenha dito.

Por 20 reais ao dia, você não precisará crescer nunca. E terá direito a receber molduras de arco-íris, de corações ou flores, imãs de geladeira, conjunto de mãos impressas em argila para o Dia das Mães, e cartões com letras viradas para o Dia dos Pais.

Por 20 reais ao dia, você é um herói apenas por

  • Retirar as rodinhas da bicicleta;
  • Remover uma farpa;
  • Encher uma piscina de plástico;
  • Fazer bola de chiclete sem estourar.

Você tem lugar garantido na primeira fila da “história” como testemunha

  • Dos primeiros passos;
  • Das primeiras palavras;
  • Do primeiro sutiã;
  • Do primeiro namoro.

Aos olhos de uma criança, você se localiza logo abaixo de Deus. Você tem poder para curar um choro, espantar os monstros que estão debaixo da cama, remendar um coração partido, policiar uma festa sonolenta, cultivá-los sempre e amá-los sem limites. Algum dia, eles também amarão sem medir os custos e, assim, vão te tornar eterno, através dos netos, que irão te dar. Fale a verdade, é um excelente negócio por esse preço.

Que tal a reflexão? Amor não se cobra, não se paga, é doação. Mais do que dinheiro, seu melhor presente para seus filhos é o exemplo. O que você faz por ele hoje, incluindo aí os aspectos financeiros importantes de sua educação formação, é o legado que fica para a sociedade. Até sexta-feira.

——
Ricardo Pereira é Analista Financeiro Sênior da ABET Corretora de Seguros, trabalhou no Banco de Investimentos Credit Suisse First Boston e edita a seção de Economia do Dinheirama.
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Crédito da foto para Marcio Eugenio.

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