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Padrão de vida na aposentadoria: sobrevivência ou qualidade de vida?

por Conrado Navarro
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Padrão de vida na aposentadoria: sobrevivência ou qualidade de vida?Impossível não começar um artigo sobre futuro, aposentadoria e previdência sem mencionar os problemas graves que o mundo enfrentará para sustentar seus aposentados. Não se trata de ser apocalíptico ou desejar o pior, mas de analisar a evolução da expectativa de vida em contraste com os crescentes déficits previdenciários e demais desafios econômicos decorrentes de um cenário como este.

Segundo Robert J. Shapiro, autor de “A Previsão do Futuro” (Ed. Best Business) citado em matéria do jornal Valor Econômico de 31/08/2010, até 2020 a população idosa crescerá de 35 a 60% no mundo, forçando elevação nos gastos públicos, aumento de tributos e os déficits. Na Europa, o número de idosos que recebem pensões públicas e assistência médica aumentará cerca de 3% por ano nos próximos dez anos. Por outro lado, o total de habitantes em idade de trabalho cairá em torno de 1%.

No Japão, onde a situação já é crítica, o número de idosos equivalerá a mais da metade da população economicamente ativa. Para completar, Shapiro alerta que o número de crianças japonesas e européias que, quando adultas, estarão trabalhando e pagando impostos em 2025 e 2035 está caindo mais rapidamente do que a população economicamente ativa.

E no Brasil?
Segundo dados do IBGE, a expectativa de vida do brasileiro saltou de 66 anos em 2000 para 72,8 anos em 2009. No mesmo período, a taxa de mortalidade infantil registrou queda de 61,7%, passando de 52,04 mortes por mil nascimentos para 19,88 mortes por mil. O déficit previdenciário – diferença entre arrecadação e pagamento de despesas/benefícios – saltou de R$ 10 bilhões em 2000 para R$ 43,6 bi em 2009.

Em 1940, havia cerca de 31 contribuintes para cada beneficiário da Previdência. Na década de 80, essa relação caiu drasticamente, atingindo o preocupante número de 2,9 contribuintes para cada beneficiário. Hoje, a proporção é de apenas 1,7 contribuinte para cada assegurado. A continuar nesse ritmo, em 2030 haverá somente 1,1 contribuinte para cada beneficiário da Previdência.

A prática é uma aposentadoria longe da ideal
Você sabia que apenas 1% dos aposentados conseguem viver (manter seu padrão de vida) com o que recebem da aposentadoria? Os dados também são do IBGE. Dos demais, 46% dependem de parentes, 28% dependem de caridade e 25% têm que continuar trabalhando. Que situação!

Embora existam polêmicas visões sobre a aposentadoria no Brasil, fica claro que a combinação de população crescendo em alta velocidade, brasileiros vivendo mais e maior número de aposentados é explosiva. Colocada a situação, pergunto:

  • Os benefícios a serem pagos pela Previdência Oficial serão suficientes para manter seu padrão de vida?
  • Se não, com que dinheiro você vai viver quando se aposentar?
  • Como vai sustentar seu atual padrão de vida apenas com o dinheiro da Previdência Social? De onde virão os recursos adicionais desejáveis?

Por que insistir tanto na situação da aposentadoria?
Educação financeira é uma das oportunidades de mudar esse quadro e sou entusiasta de seus resultados. A motivação para o alerta de hoje surgiu da leitura de uma matéria publicada no jornal Valor de 31/08/2010, assinada pelo jornalista Angelo Pavini, que trata do perfil dos investidores[bb] e interessados em participar da Expo Money, evento anual sobre finanças pessoais e investimentos.

De acordo com pesquisa feita com mais de 4 mil inscritos para evento de São Paulo (de 23 a 25 de setembro, inscrições gratuitas em www.expomoney.com.br), apenas 29% possuem plano de previdência complementar. Dos demais, 42% pretendem aderir, 16% ignoram a opção e 13% afirmam que não farão nada a respeito.

Comemorar ao lado do pequeno grupo que se preocupa com o futuro acalenta, mas não me satisfaz. Saber que quase metade do grupo deseja saber mais sobre o tema e busca informações anima. Constatar que 1/3 dos pesquisados acha isso uma bobagem frustra, mas também aumenta minha responsabilidade.

Se você vai se aposentar para subsistir e apenas sobreviver, só suas atitudes dirão. Se a qualidade de vida e o bem-estar são metas para o futuro, melhor considerar investimentos[bb] complementares e a previdência privada como aliadas. A propósito, clique aqui e assista a um video da TV Dinheirama em que trato especificamente de exemplos de poupança para o futuro. Aposentadoria é coisa séria e espero ter despertado você para a relevância da questão.

Crédito da foto para freedigitalphotos.net.

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