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“Brasil é conhecido por seus ruídos”, diz Campos Neto; vídeo

"A gente acha o tempo vai jogar a favor do Banco Central porque parte desses ruídos vão ser dirimidos ao longo do tempo”, disse durante o evento promovido pela Monte Bravo Corretora

por Reuters
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Roberto Campos Neto em Coletiva
Campos neto em entrevista na Monte Bravo Corretora
Campos neto em entrevista na Monte Bravo Corretora (Imagem: YouTube/ Campos neto em entrevista na Monte Bravo Corretora)

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta sexta-feira acreditar que o tempo vai jogar a favor da autoridade monetária, com a perspectiva de que ruídos que tenham contribuído para o aumento das expectativas de inflação sejam dirimidos.

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“A gente entende que tem alguns fatores que influenciaram as expectativas de inflação que estão ligados a ruídos que aconteceram. A gente acha que o tempo vai jogar a favor do Banco Central porque parte desses ruídos vão ser dirimidos ao longo do tempo”, disse Campos Neto em evento promovido pela Monte Bravo Corretora, sem detalhar.

Ele ressaltou que a decisão do BC de deixar de oferecer uma orientação sobre os passos seguintes da política monetária se deu exatamente pelo entendimento de que o tempo é relevante para entender melhor os desdobramentos nos cenários externo e doméstico.

Segundo o chefe do BC, o Brasil vive um momento “atípico”, marcado por uma inflação corrente benigna acompanhada de expectativas do mercado para a inflação à frente que estão desancoradas.

Ele defendeu que, mesmo que a inflação esteja convergindo para a meta, a desancoragem das expectativas precisa ser combatida pela autoridade monetária.

“É importante entender a causa da desancoragem, mas independente da causa a gente tem que lutar contra a desancoragem”, afirmou.

Campos Neto afirmou que o Brasil é um país conhecido por seus ruídos, mas que os investidores devem se atentar também aos ganhos estruturais recentes do ponto de vista econômico, que, de acordo com ele, têm se concretizado e se aprimorado.

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Economistas consultados pelo BC em sua pesquisa Focus têm piorado suas expectativas para a inflação nos próximos anos, aumentando a mediana da alta dos preços para os anos de 2024, 2025 e 2026.

Nesta semana, a mediana das expectativas para 2025 que ainda está no horizonte da política monetária atual do BC, sofreu a quinta alta consecutiva.

A inflação projetada para o próximo ano no Focus está em 3,77%, já mais distante do centro da meta perseguida pelo BC, de 3%.

O cenário é mais positivo para o BC quando o assunto é a inflação do momento.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) subiu 0,44% em maio, acelerando frente a abril, mas menos do que o esperado por economistas, que previam alta de 0,48%, segundo pesquisa da Reuters.

No tema das finanças do país, Campos Neto reconheceu que há grandes questionamentos do mercado em relação à consistência do arcabouço fiscal, pontuando que a retirada de amarras de gastos públicos, com a desvinculação de despesas como as com saúde e educação, seria um “choque positivo”.

Investimentos

No evento, Campos Neto destacou a base estrutural sólida da balança comercial do país, fortalecida pela exportação de petróleo e melhora na produção de alimentos.

Ele apontou, por outro lado, que o Brasil poderia estar recebendo mais investimentos externos, dada sua vantagem competitiva na oferta de energia limpa.

Também ressaltou uma “barreira grande” para o país atrair recursos financeiros devido a taxas de juros altas em países desenvolvidos.

O Brasil, disse Campos Neto, ainda assim “tem todas as condições de ser atrativo para fluxos de capitais”.

Veja o documento:

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