O Ibovespa (IBOV) recuava nesta quarta-feira, véspera de feriado nacional, trabalhando abaixo de 123 mil pontos pressionado pelo cenário externo desfavorável, com alta nos rendimentos dos Treasuries e queda nas bolsas norte-americanos.
Por volta das 10h50, o Ibovespa cedia 0,84%, a 122.736,17 pontos. O volume financeiro no pregão somava 2,75 bilhões de reais.
A bolsa paulista não abrirá na quinta-feira em razão do feriado de Corpus Christi, o que endossa cautela, uma vez que Wall Street funcionará normalmente e a sexta-feira trará dados de inflação relevantes nos Estados Unidos.
Em Nova York, o S&P 500, uma das referências do mercado acionário norte-americano, cedia 0,76% nos primeiros negócios, enquanto o rendimento do título de 10 anos do Tesouro dos EUA marcava 4,5977%, de 4,542% na véspera.
No Brasil, uma agenda cheia de dados macroeconômicos ocupava as atenções, incluindo queda na taxa de desemprego para 7,5% no trimestre até abril e aumento da dívida bruta a 76% do PIB em abril, com superávit do setor público abaixo do esperado.
A pauta ainda mostrou que o IGP-M acelerou a alta para 0,89% em maio, enquanto a confiança do setor de serviços recuou novamente em maio.
“Vemos um cenário bastante desafiador no curto prazo para o mercado”, afirmaram analistas do Itaú BBA no relatório Diário do Grafista.
Destaques
Vale (VALE3) recuava 0,66%, com os futuros do minério de ferro recuando pela terceira sessão consecutiva na China, onde o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrou as negociações do dia com queda de 1,11%, a 891 iuanes a tonelada, depois de cair mais de 2% na terça-feira.
Petrobras (PETR4) caía 0,58%, após duas altas seguidas, mesmo com o sinal positivo dos preços do petróleo no mercado externo. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou em entrevista ao jornal francês Le Monde, publicada nesta quarta-feira, que não há mudança radical ou motivo de preocupação com a Petrobras e a empresa deve executar seu plano de investimento.
Itaú Unibanco (ITUB4) cedia 1,46% e Bradesco (BBDC4) perdia 1,55%, contaminados pelo clima mais cauteloso no mercado antes do feriado na quinta-feira, quando Wall Street funcionará normalmente.
Lojas Renner (LREN3) avançava 1,06% tendo no radar aprovação pela Câmara dos Deputados de projeto que estabelece uma taxação de 20% sobre compras internacionais de até 50 dólares. O Goldman Sachs também reiterou recomendação de “compra” para as ações, com preço-alvo de 20 reais.
Yduqs (YDUQ3) caía 5,28%, após anunciar na véspera que a aquisição, por meio da subsidiária Estácio, do Instituto Cultural Newton Paiva por 49 milhões de reais. Analistas do Citi também cortaram a recomendação para as ações para “neutra” e reduziram o preço-alvo dos papéis de 20 para 14 reais.
Azul (AZUL4) caía 0,42%, após divulgar que está mantendo conversas independentes com a Abra, holding controladora da Gol, para “explorar eventuais oportunidades”, embora não haja ainda nenhum negócio firmado entre as empresas, além do acordo de codeshare. Gol (GOLL4) perdia 3,13%.
Telefônica Brasil (VIVT3) recuava 0,6% após confirmar que está analisando uma “potencial operação” envolvendo a operadora de banda larga Desktop, mas ressaltando que não há definição envolvendo eventual acordo. Desktop (DESK3), que não faz parte do Ibovespa, subia 1,79%.
Cosan (CSAN3) mostrava decréscimo de 0,43%, em meio à repercussão do resultado do primeiro trimestre divulgado na noite da véspera, que mostrou prejuízo líquido de 192 milhões de reais, ante perda de 904 milhões de reais um ano antes.
Mateus (GMAT3), que não está no Ibovespa, avançava 4,4% em meio à assinatura de memorando de entendimento não vinculante para negociar a aquisição do controle da rival Novo Atacarejo, que tem operações em Pernambuco e na Paraíba.