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Copom divulga hoje nova Taxa Selic

por Redação Dinheirama
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Copom - Dinheirama

Certamente em algum momento já deve ter ouvido falar do Copom. Mas você sabe exatamente o que significa e qual o papel do Copom?

Vamos por partes: antes de tudo é importante explicar que Copom é uma sigla. Ela significa Comitê de Política Monetária.

Desde que foi criado, em junho de 1996, o Comitê de Política Monetária é um órgão do Banco Central.

Nesse sentido, a implementação do Comitê aconteceu por meio da circular n° 2.698. Suas finalidades são estabelecer as diretrizes da política monetária e definir a taxa básica de juros.

Copom - Dinheirama
Crédito: Marcelo Camargo/ Agência Brasil

Copom: Taxa básica de Juros

Já sabemos que o Copom tem como atribuição a definição da taxa básica de juros. Assim, vamos entender um pouco mais sobre ela.

Antes de mais nada, é importante lembrar que a taxa Selic é a taxa básica de juros da nossa economia. Dessa forma, vale ressaltar que a Selic influencia todas as taxas de juros do país.

Por exemplo, ela afeta as taxas de juros dos empréstimos, dos financiamentos e das aplicações financeiras.

A saber, atualmente, a Selic está definida em 11,75% ao ano. Conforme o comunicado da reunião de março, espera-se um aumento de 1 ponto percentual nesta quarta-feira (04/05).

E por ser a taxa básica de juros da economia, a Selic é o principal instrumento de política monetária utilizado pelo Banco Central (BC) para controlar a inflação. 

Assim sendo, quando a taxa Selic sobe, a tendência é de que empréstimos e financiamentos fiquem mais caros.

Desse modo,  bancos e outras instituições financeiras cobram juros mais altos nessas operações.

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Como é definida a taxa básica de juros?

O Comitê de Política Monetária do Banco Central, o famoso Copom, promove reuniões a cada 45 dias. Nelas, os membros do comitê definem a manutenção ou a alteração da meta anual para a taxa básica de juros. 

Como instrumento de política monetária, a decisão se baseia em análises sobre os contextos político e econômico do país. Além disso, o grupo sempre leva em conta também o mercado externo. 

Em outras palavras, é feita uma avaliação do Produto Interno Bruto (PIB), do índice de inflação e das perspectivas de crescimento.

Nos últimos anos, no entanto, as questões políticas têm impactado diretamente a expectativa dos agentes financeiros e econômicos. Ou seja, as incertezas estejam sempre presentes na hora de definir os juros no Brasil.

Em casos especiais, de situações extremas, que tenham impacto imediato nos rumos da política monetária, pode acontecer uma reunião extraordinária. Mas, é bastante incomum que isso aconteça, olhando o histórico recente do país.

Independência do Banco Central

O presidente Jair Bolsonaro sancionou, em fevereiro de 2021, a Lei da Independência do Banco Central. 

Em seguida, a Câmara dos Deputados aprovou a autonomia da autarquia, que tramitava há décadas no Congresso.

A lei aprovada define a estabilidade de preços como objetivo fundamental do banco. O motivo é que isso deve “suavizar as flutuações do nível de atividade econômica e fomentar o pleno emprego”. 

Nesse sentido, a medida afasta a possibilidade de interferência política na autoridade monetária. Além disso, também permite que o país possa conviver com taxas de juros mais baixas por um longo período de tempo.

Esse segundo fator é possível uma vez que o controle da inflação tenderá a ser mais efetivo.

Desse modo, o Banco Central, que antes respondia ao Ministério da Economia, se tornou uma autarquia de natureza especial. 

Em resumo, acabou a tutela ou subordinação hierárquica. Ou seja, haverá autonomia técnica, operacional, administrativa e financeira.

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Copom: a história de inflação no Brasil

Ao fazer um exercício de memória e voltar às décadas de 80 e 90 certamente precisaremos lembrar do período de hiperinflação. 

Diga-se de passagem, esse foi um dos períodos mais difíceis da história do país. A inflação era tão grande que os preços costumavam variar da noite para o dia. 

Naquela época, um dos postos de trabalho mais valorizados e disputados, era o de remarcador de preço nos supermercados.

Era muito comum que as pessoas, no mesmo dia que recebiam os salários, corressem para os supermercados e fizessem estoque de comida.

Plano Real: o começo da estabilização da moeda no Brasil

O Plano Real foi um processo de estabilização econômica iniciado em 1993. Seu sucesso representou a quebra da espinha dorsal da inflação no Brasil. 

A entrada em circulação do real, em 1º de julho de 1994, mudou o cenário da inflação. 

Inflação essa que, no acumulado em doze meses, chegou a 4.922% em junho de 1994, às vésperas do lançamento da nova moeda. Ao final de 1994, a taxa atingiu 916%, e em 1995, chegou a 22%. 

Desde então, o IPCA acumulado em 12 meses passou de 9% em algumas ocasiões. Mesmo com as várias crises internacionais e internas que prejudicaram a estabilização econômica.

Ao longo deste período, tem prevalecido o compromisso do Banco Central de assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda brasileira.

Aproveite para assistir: Live sobre Taxa Selic com Dinheiro com Você

Regime de metas de inflação

Com o passar dos anos, ficou claro que era preciso acompanhar e controlar a inflação.

Em junho de 1999, como forma de ancorar a inflação, o Brasil adotou o regime de metas de inflação. 

Neste momento, o Banco Central recebeu toda a responsabilidade e a independência operacional para conduzir a política monetária. Ele deveria trabalhar para alcançar a inflação definida pelo governo.

Meta de Inflação é uma política econômica onde o principal objetivo é diminuir e manter a inflação em níveis baixos. Diversos países também possuem uma meta de inflação com esse mesmo propósito.

Para isto, é feito um anúncio prévio de uma meta numérica para a inflação em prazo predeterminado. 

Assim, o país se compromete explicitamente de que o Banco Central irá buscar o cumprimento desta meta fixada.

Já que o objetivo é alcançar a meta, o BC se utiliza todos os instrumentos possíveis. Como por exemplo a taxa de juros, o crescimento da base monetária ou a taxa de câmbio. 

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Crédito: Pexels

Meta para a inflação em 2022

O centro da meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3,5% para este ano (2022). 

Isso com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 2% e o superior de 5%.

O que é a reunião do Copom

Agora que já ficou claro o que é inflação. E também como o Copom é importante para definir e controlar esse índice que representa o aumento dos preços dos produtos e serviços. 

Então, vamos falar um pouco da famosa reunião do Copom. Atualmente, elas acontecem no decorrer de dois dias, no período de 45 dias.

Dessa forma, elas são divididas em duas sessões: 

  • Apresentações técnicas de conjuntura econômica; 
  • Decisão da meta da Taxa Selic.
Copom - Dinheirama
Fonte: Banco Central do Brasil

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Qual a data da próxima reunião do Copom 

Como mencionado acima, as reuniões do Copom acontecem a cada 45 dias. A próxima reunião do comitê acontecerá em maio. O calendário completo com as reuniões de 2022 do Copom é o seguinte:

  • 1º e 2 de fevereiro
  • 15 e 16 de março
  • 3 e 4 de maio
  • 14 e 15 de junho
  • 2 e 3 de agosto
  • 20 e 21 de setembro
  • 25 e 26 de outubro
  • 6 e 7 de dezembro
Reunião Copom - Dinheirama
Fonte: Banco Central do Brasil

DinheiramaCast: Queda da Selic ao menor patamar da história

O que é a ata do Copom?

Após o término do segundo dia de reunião, a partir das 18h, são divulgados os comunicados de decisões do Copom. 

As atas são divulgadas às 8h da terça-feira da semana posterior a cada reunião. Elas trazem todos os principais tópicos abordados na reunião.

O Copom publica, ainda, um documento chamado “Relatório de Inflação” ao fim de cada trimestre.

Como é formado o Copom?

O Copom é composto pelos oito membros da Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil. Eles têm direito a voto e são presididos pelo presidente do Banco Central.

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Crédito: Elza Fiúza/Agência Brasil

Conclusão

Conforme ficou claro, o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) é fundamental para a economia do país.

Aos longos dos anos, juros altos foram um indicativo para que se investisse em renda fixa. Afinal, esses títulos estavam também mais altos, visto que boa parte deles são atrelados ao CDI e à Selic.

No entanto, com queda dos juros no passado recente, os brasileiros tiveram que buscar outras oportunidades de investimento. E fizeram isso pensando cada vez mais em prazo, taxas e olhando para fora do chamado mercado bancário tradicional.

Mas, agora, estamos novamente com a perspectiva de alta nos juros para o próximo ano é realidade. Boa parte dos analistas entendem que os juros terminarão o ano em 12,75%, conforme o Boletim Focus.

O Copom tem o papel de definir a taxa de juros. Nosso papel é entender um pouco de economia.

Assim, conseguimos olhar para o futuro escolhendo melhor nossos investimentos e tentando antever o que teremos pela frente.

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